Grande Futebol
Batshuayi: quem ficou a perder foi o Chelsea
2018-03-27 11:00:00
O avançado que não tinha lugar no Chelsea está a marcar golos que se farta. Já Giroud...

Michy Batshuayi pode ter marcado o golo que confirmou a conquista da Premier League por parte do Chelsea na temporada passada, mas, tirando esse momento de glória, a passagem do avançado belga por Stamford Bridge foi marcada por momentos de depressão. Batshuayi foi a segunda escolha de Conte, quando lá estava Diego Costa, e voltou a ser segunda opção depois da chegada de Álvaro Morata.Em janeiro partiu à conquista de Dortmund e surpresa das surpresas, conseguiu-o em meia-dúzia de semanas. Como? A marcar golos que se farta.

“Eu raramente jogava no Chelsea, por isso é bom sentir-me importante novamente”, começou por dizer Michy Batshuayi, ao site belga “HLN”, numa entrevista onde abriu parte do coração relativamente ao que se passou em Londres. “Sabem porque é que estou a render no Dortmund? Sou querido em Dortmund, recebi o amor deles assim que lá cheguei. Assim sendo sou automáticamente melhor futebolista”, revelou o ponta-de-lança que marcou oito golos em onze jogos pelo Dortmund.

A vida de Batshuayi em Londres revelou uma realidade com que o jovem avançado belga não estava familiarizado. Pese embora ter marcado logo no seu segundo jogo vestido de azul a verdade é que Batshuayi nunca foi a primeira opção de Antonio Conte para a frente de ataque do Chelsea. Esse lugar estava reservado a Diego Costa. Mas não era só o lugar no onze que estava reservado ao hispano-brasileiro. Também as doses de carinho e admiração caiam sobre Costa. Restando muito pouco a jovem Batshuayi nascido na República Democrática do Congo.

Os 39 milhões de euros pagos ao Olympique Marselha pela sua transferência também não ajudaram a aliviar a pressão sobre os ombros de Batshuayi. Dele eram esperadas maravilhas, afinal de contas que custa 39 milhões de euros só pode ser máquina, terá pensado a fria plateia de Stamford Bridge. A verdade é que o jovem sentiu dificuldades e como revelou, em jeito de desabafo, não terá sentido o calor de uma boa saudação de boas-vindas por parte dos adeptos ingleses.

Mas o futebol tem coisas do arco da velha. A primeira metade da presente temporada estava a ser, para Batshuayi, uma repetição de 2016/17, ou seja, a ver grande parte dos jogos sentado no banco. mas a equipa técnica, liderada por Conte, que já havia dispensado os serviços de Diego Costa, sentiu necessidade de contratar um goleador, sim, goleador, nada que faça lembrar Batshuayi, certo? E foi buscar Giroud, ao Arsenal, por “apenas” 17 milhões de euros. O Arsenal, por sua vez, olhou para o cardápio e decidiu-se pela contratação de Aubameyang por um valor a rondar os 65 milhões de euros.

Alerta: doses elevadas de ironia

Ora bem. Quem ficou a perder no meio disto tudo, foi o pobre do Borussia Dortmund que se viu obrigado a ficar com os restos do Chelsea. Recorde o leitor: o Chelsea, dispensou Batshuayi para ficar com Giroud do Arsenal, que por sua vez foi buscar Aubameyang ao Borussia. Os alemães ficaram com os 65 milhões de euros e com o desamparado Batshuayi.

Então façamos o rescaldo dos estragos sofridos pelo Borussia Dortmund depois deste carrossel: ao olharmos para os números verificamos que Batshuayi marcou, desde que chegou à Alemanha, oito golos em onze, jogos. Aubameyang conseguiu três golos em seis partidas, com a camisola do Arsenal e Giroud marcou um golo em oito jogos desde que trocou o Arsenal pelo Chelsea. Os alemães receberam 65 milhões de euros, o Chelsea gastou 17 e o Arsenal 48. Ora… mais golos e mais euros para o Dortmund after all.

Pois bem. Sem saber o que se passará no resto da temporada, parece óbvio que o Borussia Dortmund tenha saído por cima depois destas “trocas e baldrocas” e no sentido oposto, o Chelsea, que gastou mais dinheiro e ganhou menos golos. Resta saber o que fará o clube londrino depois de acabar o período de empréstimo de Batshuayi ao clube alemão.