“Não sei se estou mais entusiasmada por o Burnley ir à Europa ou por renomear o pub”
Um título? Uma qualificação europeia? Ser o treinador do ano? Nada disso. Para um treinador, dizemos nós, nada disto se sobrepõe a beber uma pint – ou uma jola, em bom português – num bar com o próprio nome. O felizardo é Sean Dyche, treinador do Burnley FC, que, a partir de agora, já não pode ir ao “The Princess Royal”, mas sim ao “The Royal Dyche”. Em Portugal, não sabemos se algo deste género soaria tão bem como o “The Royal Dyche”. Bar do Conceição, Café do Jesus ou Tasca do Vitória, ficam-lhe no ouvido?
Em Burnley, já a caminho do norte de Inglaterra e a poucos metros do Turf Moor, estádio do Burnley, existe um simpático e tradicional pub. Um pub em que se vive intensamente os feitos do clube. Agora, com a qualificação europeia do Burnley, a dona do pub teve de cumprir uma promessa.
Queriam gozar? Agora amanhem-se
Tudo começou na temporada passada, quando Justine Lorriman, dona do “The Princess Royal”, colocou um letreiro a dizer que Sean Dyche poderia beber à borla, no pub, caso conseguisse manter o Burnley na Liga Inglesa. Dito e feito.

A brincadeira foi mais longe já nesta temporada, em novembro, quando o Burnley, surpreendentemente, estava perto dos lugares europeus. Na altura, mais como brincadeira e incentivo, Justine Lorriman disse que, se o clube ficasse nos lugares europeus, renomearia a propriedade. A proprietária assume que, na altura, ninguém acreditava realmente que o Burnley conseguisse manter aquele lugar durante toda a temporada.
“Não sei se estou mais entusiasmada por o Burnley ir à Europa ou por renomear o pub”, disse Justine Lorriman, à BBC.

O novo letreiro já foi elaborado por um designer, mas a dona do pub diz que não quer colocá-lo já. Só o faz depois de ter a bênção de Dyche, que terá de o ver primeiro. “Vou à cerimónia dos prémios, na próxima semana, e espero apanhá-lo lá, apenas para garantir que tenho a bênção dele.
Convém acrescentar que, no meio de tudo isto, o próprio Sean Dyche já brincou com a situação, numa conferência de imprensa, dizendo que o novo nome deveria ser “The Handsome Ginger Fella”, algo que podemos traduzir como “O ruivo bonitão”. A dona do pub não foi na brincadeira de Dyche e optou pelo mais tradicional e “The Royal Dyche”.
Não é o primeiro
Sean Dyche não é o primeiro a ter honra de dar nome a um objeto ou local quotidiano. Para além dos inúmeros estádios e bancadas com nomes de jogadores e treinadores, não são raros os casos – sobretudo em países cujos ídolos são escassos – de jogadores que viram ruas, por exemplo.
Os casos mais bizarros são os de David Beckham, que deu nome a preservativos, de Drogba, que virou cerveja, e de Zlatan, que é um hambúrguer. Há ainda os comboios Tim Cahill e Jackie Milburn (ex-lenda do Newcastle) ou os aeroportos George Best, em Belfast, e Cristiano Ronaldo, no Funchal.
Também há façanhas destacadas no próprio futebol, como a Lei Bosman, que levou o nome do jogador holandês, ou do “Panenka”, penálti celebrizado pelo craque checoslovaco.