O selecionador português de futebol feminino, Francisco Neto, rejeitou falar num pretenso favoritismo de Portugal para a deslocação à Bulgária, em mais um jogo de apuramento para o Mundial2023, que vai decorrer na Austrália e na Nova Zelândia.
Com a seleção portuguesa atualmente no segundo lugar do grupo H, com sete pontos em três partidas, apenas atrás da líder Alemanha, que fez o pleno e soma nove pontos, o treinador português enalteceu a capacidade búlgara, embora esta seleção ainda não tenha pontuado nesta qualificação, e enfatizou o aumento da competitividade no futebol feminino.
“A nível internacional acho que não devemos falar muito em favoritismos. Acima de tudo, temos é de ter respeito pelo adversário, porque aquilo que o futebol feminino nos tem demonstrado muito é que os rankings - que antigamente contavam muito dentro de campo - neste momento contam cada vez menos. Ou seja, as equipas menos cotadas do ranking já conseguem tirar pontos, ser competitivas e ganhar jogos às equipas mais cotadas”, frisou.
Em declarações aos jornalistas para a antevisão do encontro de terça-feira em Plovdiv, Francisco Neto mostrou-se determinado na conquista dos três pontos, mas não deixou de admitir dificuldades. Nesse sentido, apelou à disponibilidade e frescura das suas jogadoras, que na última semana alcançaram um importante triunfo (2-1) sobre a Sérvia.
“O contexto não será fácil, depois de um jogo muito exigente com a Sérvia, com alguma fadiga acumulada e uma viagem pelo meio”, frisou o selecionador, continuando: “Tem de ser um Portugal muito sério, muito focado, muito fresco e muito disponível para conseguir trazer os três pontos para casa, que é aquilo que nós queremos.”
Francisco Neto assinalou ainda que este será o primeiro jogo da Bulgária em casa e que esta seleção “está a renascer outra vez para o futebol feminino”. Em termos táticos, o técnico da ‘equipa das quinas’ destacou a “boa organização defensiva e com muita gente atrás da linha da bola”, num habitual esquema de 5-3-2.
“É um grupo de jogadoras muito compacto, com linhas mais baixas, que irão retirar alguma profundidade ao nosso jogo e que irão retirar espaço, porque são muito agressivas no momento de pressionar a bola. Será um jogo em que, se não formos frescos e não tivermos boa capacidade de circulação de bola, poderemos não ter capacidade para retirá-la da zona de pressão e complicar mais o nosso jogo”, avisou.
Questionado sobre a possibilidade de fazer várias mudanças no onze, tendo em conta a proximidade do último jogo com a Sérvia, disputado na quinta-feira, o selecionador nacional assumiu que o onze “ainda não está fechado”, embora tenha evitado abordar novas apostas para a titularidade contra as búlgaras.
“É normal que apareçam substituições, mas sempre relacionadas com o lado estratégico do jogo, porque tem um padrão de problemas diferentes e com outras jogadoras conseguimos dar uma resposta diferenciada. E também com a dimensão fisiológica envolvida e essa tomada de decisão será até à hora do jogo para percebermos o estado das jogadoras e que tipo de estratégia vamos utilizar. A grande preocupação é recuperar as 23 jogadoras”, concluiu.
O desafio entre Bulgária e Portugal, a contar para a quarta jornada do grupo H da fase de apuramento para o Mundial2023 de futebol feminino, está marcado para terça-feira, às 18h00 locais (16h00 em Lisboa), no Estádio Lokomotiv Plovdiv.