Grande Futebol
Arshavin: o 'pequeno mágico' que destruiu o Liverpool e esteve perto do Barça
2018-11-08 17:55:00
Arshavin vai colocar um ponto final na carreira no próximo domingo. 2008 foi, de facto, o ano deste 'pequeno mágico'.

Quem não se recorda daquela equipa do Zenit que surpreendeu meio mundo e conquistou a Liga Europa na época 2007/08? E a seleção russa que chegou às meias finais do Europeu de 2008? Pois bem, uma das principais constantes de ambos esses conjuntos era o facto de contarem com um ‘pequeno mágico’ de nome Andrei Arshavin. O internacional russo anunciou, esta quinta-feira, que vai dizer adeus ao futebol e olhando para trás deixa uma carreira na qual sempre deu a ideia de que poderia ter chegado ainda mais longe, embora tenha atuado vários anos na Liga Inglesa. A verdade é que Arshavin até poderia ter vestido a camisola do FC Barcelona… mas já lá vamos.

Longe estão os tempos de ribalta futebolística para Arshavin. Aos 37 anos, o atacante russo encontra-se no campeonato do Cazaquistão desde 2016, ao serviço do Kairat Almaty. O último jogo da carreira do russo terá lugar no próximo domingo, diante do Shakhter, na última jornada da liga cazaque. Para trás ficam passagens por Kuban Krasnodar, Zenit e Arsenal para o internacional russo por 76 vezes. No palmarés, Arshavin conta com uma Liga Europa, uma Supertaça Europeia, três campeonatos e uma Supertaça na Rússia, assim como uma Taça e duas Supertaças no Cazaquistão.

De facto, foi mesmo o ano de 2008 no Zenit que ficou para sempre guardado no coração de Arshavin, segundo o próprio chegou a revelar. Adepto declarado do FC Barcelona, o jogador confidenciou que esteve a um passo de assinar pelo emblema da cidade condal nessa altura. “Os catalães fizeram uma proposta. Estavam dispostos a pagar 15 milhões de euros. O Zenit recusou a oferta. Não quiseram vender-me então”, recordou Arshavin em declarações ao website do Kairat Almaty. Um par de anos mais tarde, ou seja em 2009, o Arsenal chegou-se à frente e conseguiu a contratação do jogador por 16,5 milhões de euros.

Mas, voltemos a 2008. Foi aí que Arshavin se deu a conhecer ao mundo do desporto rei, já com 27 anos de idade. Então nos quartos de final do Europeu de seleções, a Rússia surpreendeu tudo e todos ao eliminar a Holanda nos quartos de final, após prolongamento. O principal causador de tal passagem? Arshavin, claro está. O atacante fez uma assistência e marcou outro dos dois golos dos russos no prolongamento, que resultaram num triunfo de elevadas proporções. O ano de Arshavin foi assinalável ao nível de ter ficado na 11.ª posição no que diz respeito aos melhores jogadores do mundo, eleitos pela FIFA.

Em 2009, Arshavin começou a todo o gás no Arsenal. Na primeira metade desse ano, o russo assinou seis golos e sete assistências e teve uma exibição frente ao Liverpool FC que não deixou ninguém indiferente. Foi em abril de 2009 que os gunners e os reds empataram 4-4 e todos os golos da equipa londrina foram da autoria do mesmo jogador: Arshavin. Em 2010, o facto de a Rússia não ter conseguido qualificar-se para o Mundial abalou Arshavin, que começou a ressentir-se em termos de clube e a partir daí foi perdendo espaço, aos poucos, entre as escolhas de Arsène Wenger, muito por culpa também das lesões, um traço constante ao longo da carreira. “Foi uma punição sentar-me no banco de suplentes. Treinar mesmo sabendo que não vais jogar é psicologicamente difícil. Quase sofri de depressão. A monotonia da vida estava a esmagar-me”, chegou a admitir o russo então. Em 2012, voltou por empréstimo ao Zenit e embora ainda tenha regressado ao Arsenal já não teve mais espaço. Agora, aos 37 anos, está na altura do adeus ao futebol para Arshavin.

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