Grande Futebol
Alisson: o filho do Internacional que remete Ederson para o banco
2018-07-18 20:00:00
O guarda-redes tem um irmão no Belenenses, chegou a ser suplente de Szczęsny e está prestes a bater todos os recordes

Titular da seleção do Brasil, Alisson está a caminho de Inglaterra para reforçar o Liverpool FC. Quem o diz é a imprensa inglesa, que garante que o negócio está fechado e que a AS Roma vai receber cerca de 75 milhões de euros, o que fará do jogador de 25 anos o guarda-redes mais caro da história do futebol. Curiosamente, Alisson muda-se para Inglaterra, onde será adversário de Ederson, o guardião que atira para o banco no escrete.

Alisson vestiu as cores do Internacional desde os dez anos, em 2002, até quase 15 anos depois. Subiu pelas camadas jovens, jogou com regularidade na equipa sub-23 e estreou-se na formação principal do clube de Porto Alegre com 20 anos. Realizou alguns jogos, mas era suplente do irmão Muriel Becker, titularíssimo da baliza do Internacional em 2012 e 2013. Hoje, Muriel, aos 31 anos, é jogador do Belenenses, tendo realizado 19 partidas em Portugal na última temporada. No ano seguinte, Alisson teve como concorrente o veterano Dida, tendo sido apenas em 2015 que o guardião se assumiu como dono e senhor da baliza. Nesse ano, Alisson entrou em campo 57 vezes, estabeleceu-se como um dos melhores guarda-redes brasileiros da atualidade.

O crescimento foi tanto que, ainda em 2015, Alisson foi convocado por Dunga para a seleção do Brasil, tendo-se estreado numa partida contra a Venezuela de qualificação para o Mundial da Rússia. A partir daí, Alisson começou também a ser o habitual titular do Brasil. Foi assim na Copa América de 2016 e na campanha de qualificação dos canarinhos para o Campeonato do Mundo. Na Rússia, Alisson cumpriu os 90 minutos em todos os encontros do Brasil, tendo sofrido três golos em cinco partidas.

Regressando a clubes, Alisson continuou no Internacional durante a primeira metade de 2016, mudando-se para a AS Roma em julho desse ano a troco de cerca de oito milhões de euros. O primeiro jogo pelos transalpinos aconteceu contra o FC Porto no play-off de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões, mas Alisson passou a grande maioria da temporada 2016/17 como suplente de Wojciech Szczęsny, internacional polaco. Jogou na Europa e na Taça de Itália, não competindo de forma alguma na Serie A. Contudo, o cenário mudou drasticamente em 2017/18. Szczęsny mudou-se para a Juventus e Alisson assumiu a titularidade.

Não desiludiu ninguém. Pelo contrário: as exibições na Serie A e, principalmente, na Liga dos Campeões, impressionaram meio mundo. Foram 49 partidas realizadas em 2017/18, com a AS Roma a chegar às meias-finais da liga milionária sem sofrer qualquer golo em casa até então. Foi apenas nessa fase, precisamente contra o Liverpool FC, que Alisson viu a sua baliza com bolas lá dentro no Stadio Olimpico. Domesticamente, apesar de ter ficado a mais de 20 pontos da campeã Juventus, a AS Roma destacou-se por ter a segunda melhor defesa do campeonato (28 golos sofridos contra os 24 da 'vecchia signora'), sendo esta mais uma estatística que beneficia Alisson.

Os 75 milhões de euros, a confirmarem-se, colocarão Alisson no topo da lista de guarda-redes mais caros da história, destronando Gianluigi Buffon, que em 2001 foi do Parma Calcio para a Juventus por um valor a rondar os 52.5 milhões de euros. O Liverpool FC, recorde-se, não tem tido muita tranquilidade na posição de guarda-redes, com Karius e Mignolet a não darem a confiança necessária a Jurgen Klopp para lutar pelo título. Quando (e se) o negócio for oficializado, Alisson vai juntar-se aos reforços Naby Keita, Fabinho e Shaqiri, todos eles nomes de peso para o clube de Merseyside.