Grande Futebol
Um sono profundo e um despertar para a vitória
2021-03-30 22:30:00
Susto luxemburguês obrigou Portugal a mudar de atitude

Portugal viu-se hoje obrigado a operar a reviravolta no Luxemburgo para garantir uma vitória por 3-1, com contribuição decisiva do suplente Pedro Neto, em jogo do Grupo A de qualificação para o Mundial2022 de futebol.

Gerson Rodrigues, o internacional luxemburguês nascido na margem sul do Tejo, no Pragal, colocou os anfitriões na frente, aos 30 minutos, depois de já ter assinado o golo que tinha dado o triunfo sobre a República da Irlanda (1-0).

A infelicidade de João Félix, que teve de sair aos 41 minutos, por lesão, acabou por contribuir para a reviravolta de Portugal, já que Pedro Neto, que rendeu o jogador do Atlético de Madrid, assistiu Diogo Jota para o empate, aos 45+2 minutos, antes de Cristiano Ronaldo consumar a reviravolta, aos 50.

Aos 80 minutos, Pedro Neto cobrou o canto que deu origem ao terceiro tento, da autoria de Palhinha, médio do Sporting, que se estreou a marcar ao terceiro jogo pela seleção ‘AA’.

Depois de um triunfo com o Azerbaijão (1-0) e um empate na Sérvia (2-2), Portugal arrecadou o segundo triunfo na fase de apuramento, liderando o Grupo A, com sete pontos, os mesmos dos sérvios, que hoje venceram os azeris por 2-1.

O Luxemburgo é terceiro, com três pontos em dois jogos, enquanto República da Irlanda e Azerbaijão continuam sem pontuar.

Portugal apresentou-se no Luxemburgo com quatro alterações relativamente ao ‘onze’ que iniciou o jogo na Sérvia, com Nuno Mendes, Rúben Neves, Renato Sanches e João Félix a renderem Cédric, Danilo Pereira, Sérgio Oliveira e Bruno Fernandes, este último a cumprir suspensão.

Tal como Fernando Santos tinha antecipado na véspera, Portugal teve pela frente um adversário de qualidade, que não se coibiu de atacar e criou muitas dificuldades à seleção nacional, pressionando de forma agressiva e sempre com a ‘mira’ apontada à baliza de Anthony Lopes.

Contudo, a principal dificuldade de Portugal foi criada pela própria equipa lusa, parecendo algo apática e desconcentrada em algumas situações, de tal forma que só perto da meia hora Portugal conseguiu ‘mostrar-se’, primeiro num livre de Ronaldo e, depois, num remate de Renato Sanches, ambos defendidos pelo guarda-redes Moris.

Poucos segundos volvidos, a resposta do Luxemburgo foi certeira e implacável: Sinani captou a bola depois de um canto e, sem ninguém a pressionar, cruzou para a área lusa, onde surgiu Gerson Rodrigues a desviar de cabeça e a inaugurar o marcador.

O golo luxemburguês serviu para ‘despertar’ Portugal, que só não empatou porque Morris impôs-se aos remates de Bernardo Silva e Renato Sanches, e Cristiano Ronaldo não teve a pontaria desejada para corresponder a um cruzamento perfeito de Nuno Mendes.

Contudo, Diogo Jota acalmou os ‘nervos’ lusos em cima do intervalo e, tal como tinha feito por duas vezes em Belgrado, marcou de cabeça na sequência de uma assistência de Pedro Neto, que minutos antes tinha substituído João Félix, lesionado.

Na nona visita ao Luxemburgo, Cristiano Ronaldo voltou a deixar a sua ‘marca’ após cruzamento de João Cancelo e consumou a reviravolta de Portugal logo após o reatamento, assinando o 103.º golo ao serviço da equipa das ‘quinas’ e o sexto diante dos luxemburgueses.

O primeiro golo de Nuno Mendes por Portugal foi negado por Moris, da mesma forma que a barra evitou o ‘bis’ de Diogo Jota, sendo que, pelo meio, também Gerson Rodrigues quase fazia o segundo da conta pessoal, deixando o ‘aviso’ à formação portuguesa.

Já depois de Anthony Lopes ser obrigado a aplicar-se num livre do recém-entrado Sébastien Thill, Portugal dispôs de uma soberana situação para ‘matar’ o jogo, mas o improvável aconteceu: Christopher Martins ofereceu, literalmente, o golo a Cristiano Ronaldo, só que o ‘capitão’ luso, sozinho na ‘cara’ de Moris, perdeu duas vezes o duelo com o guardião luxemburguês.

A tranquilidade lusa seria alcançada a 10 minutos do final, por intermédio de Palhinha, com uma entrada de ‘rompante’ de cabeça a finalizar um canto apontado na esquerda por Pedro Neto, claramente um dos principais ‘obreiros’ da 16.ª vitória de Portugal diante do Luxemburgo.