Grande Futebol
A redenção de Espírito Santo e a superação da armada portuguesa no Wolverhampton
2018-01-03 18:00:00
Os Wolves lideram o segundo escalão inglês com 12 pontos de avanço sobre o Derby County... obra feita em tom português.

Época de redenção para Nuno Espírito Santo e de superação para a ‘armada’ portuguesa que é, em parte, a principal responsável nos 12 pontos de avanço que o Wolverhampton Wanderers tem no topo da tabela classificativa do segundo escalão inglês. Os Wolves têm sido o principal destaque do Championship em 2017/18, somam 19 triunfos, quatro empates e somente três desaires nas 26 jornadas já disputadas e desde cedo que pretendem carimbar o passaporte para a elite em Terras de Sua Majestade, feito que é cada vez mais uma realidade perto de acontecer.

Primeiro, o treinador. A carreira de Nuno Espírito Santo foi em claro crescendo até ter chegado ao FC Porto, desde os tempos em que pegou no ‘leme’ do Rio Ave, até à experiência em Valência, que começou ‘nas nuvens’, mas que terminou de forma abrupta. No reino do Dragão, o precursor da mítica expressão “Somos Porto” nem sempre reuniu o consenso dos adeptos e a falha em conseguir devolver os azuis e brancos aos títulos foi fatal para uma aventura que não durou mais do que uma temporada.

Em 2017/18, surgiu-lhe a oportunidade de conhecer o futebol inglês e Nuno não encarou o segundo escalão como um retrocesso. Ao invés, construiu uma equipa competitiva, ‘chamou’ jovens portugueses com futuro risonho e tem vindo a consolidar um processo que aparenta terminar apenas… na Liga Inglesa.

O que é nacional é bom... e os números não enganam

O sucesso de Nuno Espírito Santo no Wolverhampton tem muito que ver com o contributo que os jogadores portugueses têm dado dentro das quatro linhas. Diogo Jota tem sido aquele que mais tem aproveitado a estadia por solo britânico para dar a conhecer o seu futebol e está já perto de atingir a melhor temporada da carreira, no que concerne a golos marcados, sendo que ainda só vamos em janeiro. O avançado de 21 anos, emprestado pelo Atlético Madrid, soma onze golos e cinco assistências em 27 encontros realizados nesta primeira metade de temporada. De facto, Jota nunca tinha chegado a janeiro com tantos minutos nas pernas na época.

Porém, é no meio-campo que reside aquele que tem vindo a tornar-se como um autêntico ídolo para os adeptos dos Wolves… não fossem também os golaços que tem marcado. “Bom demais para o Championship”, foi a frase escrita pelo portal inglês “Dream Team”, após o golo de livre direto apontado ontem por Rúben Neves em mais um triunfo do Wolverhampton. Os 25 jogos realizados, todos eles enquanto titular, correspondem à melhor marca de partidas realizadas até janeiro na ainda curta carreira do médio de 20 anos.

Também Ivan Cavaleiro tem feito render a segunda época ao serviço do Wolverhampton. O atacante já se encontrava no clube aquando da aquisição de Nuno Espírito Santo e em 2017/18 (sete golos) já ultrapassou o número de golos marcados na temporada passada (cinco) e está prestes a deixar para trás o registo de jogos. Roderick Miranda é outro dos portugueses que tem estado em destaque, sendo um dos principais esteios da linha defensiva de Nuno Espírito Santo. O central de 26 anos não tem sido titular indiscutível, mas leva já 16 compromissos disputados, com 1388 minutos dentro das quatro linhas. Hélder Costa (17 jogos, 563 minutos) e Rúben Vinagre (12 partidas, 927 minutos) têm, igualmente, surgido, a espaços, entre as opções de Nuno Espírito Santo.