Grande Futebol
A maldição dos campeões que, desta vez, tocou à Alemanha
2018-06-28 22:00:00
Quatro dos últimos cinco campeões do mundo foram eliminados na primeira fase. Brasil, em 2006, escapou mas não foi longe

A eliminação da Alemanha do Mundial voltou a confirmar a lei da maldição dos campeões na competição. Mas há mais do que uma. Desde 2002, com a queda precoce da França (campeã em 1998) que o detentor do título não conseguiu ultrapassar a fase de grupos, com a superstição a ganhar ainda mais força nas três últimas edições (Itália, 2010; Espanha, 2014 e agora a Alemanha, que nunca tinha saído na primeira fase). A exceção foi o Brasil. Campeão em 2002, o "escrete" avançou em 2006 até aos quartos de final, eliminado pela França, de Zidane. Ou seja, quatro dos últimos cinco campeões do mundo foram eliminados na primeira fase.

Uma maldição que recaí diretamente sobre os campeões do mundo em título pela terceira vez consecutiva. Foi assim com a Itália, campeã em 2006 e eliminada na fase de grupos na África do Sul; depois com a Espanha, que caíu de forma precoce no mundial do Brasil; e agora com a Alemanha. Só em tempos longínquos, quando o futebol era mesmo outro, é que uma seleção revalidou o título (Itália em 1934 e 1938 e Brasil em 1958 e 1962).

Das seis edições do Mundial com 32 seleções, aliás, só o Brasil conseguiu seguir para as fases a eliminar, em 2006. Antes, no Mundial da Coreia do Sul e do Japão, a França chegou a deixar a competição...sem fazer um único golo.

Ainda há, no entanto, outra maldição que a saída da Alemanha confirmou: a de que o vencedor da Taça das Confederações no ano anterior ao Mundial não consegue vencer o Campeonato do Mundo no ano seguinte. Senão vejamos: em 2017, a Alemanha, com uma segunda equipa, venceu o Chile por 1-0 e conquistou, pela primeira vez, a Taça das Confederações. Um ano depois, chegou à Rússia como a principal favorita, mas tudo se começou a esfumar naquela derrota com o México e consumou-se diante a Coreia do Sul, e vai mais cedo para casa. O Brasil já sofreu com esta praga por quatro vezes. Venceu a Taça das Confederações em 1997, 2005, 2009 e 2013 e nunca conseguiu conquistar o Mundial no ano seguinte.

Mas não fica por aqui a maldição dos campeões. Com a queda da Alemanha, confirmou-se também que um treinador campeão do mundo não consegue repetir o feito. Só há uma exceção que confirma a regra. O único selecionador bicampeão do mundo foi o italiano Vitorio Pozzo, em 1934 e 1938. Mas isso era outro futebol.

E o futuro de Löw?

Joachim Löw, apesar de ter renovado há cerca de um mês com Mannschaft por quatro anos, afirmou já esta quinta-feira que terá de ponderar algum tempo sobre se continaurá à frente dos destinos da seleção alemã. "O meu futuro? É difícil de dizer. Como podem entender, levarei algum tempo a ponderar esse assunto. Estou surpreso com o que se passou. Temos de falar com calma. Levará algum tempo até chegar a uma decisão. Estou incrivelmente dececionado com esta eliminação", referiu Löw, em declarações divulgadas pelo jornal espanhol "as".