Foi há muito pouco tempo selecionador de Itália e é agora protagonista de uma das aventuras mais rápidas no comando técnico de um clube na história do futebol mundial. Giampiero Ventura assumiu o comando do Chievo Verona a 10 de outubro e, depois de alcançar o primeiro ponto ao serviço do desesperado lanterna vermelha no último fim de semana, decidiu demitir-se. Uma atitude que chocou o futebol italiano em face das dificuldades vividas pelo clube, que começou a Série A com três pontos negativos.
O treinador de 70 anos registou três derrotas nos três primeiros jogos, diante de Atalanta (1-5), Cagliari Calcio (1-2) e UD Sassuolo (0-2), duas delas em casa. No domingo, empatou em Verona diante do Bolonha FC a dois golos, em jogo da 12.ª jornada, e decidiu bater com a porta causando o espanto e a indignação de muitos. A começar pelo capitão de equipa, Sergio Pellissier. "Em 22 épocas como profissional, uma pessoa acha que já viu de tudo, mas tenho de admitir que isto foi algo completamente novo. O Giampiero Ventura só queria sair daqui desde o primeiro dia em que chegou, não teve compromisso connosco. Espero que o próximo não seja assim", desabafou.
Com o Chievo em último lugar com zero pontos, depois de ter começado com três negativos, por irregularidades financeiras, a luta pela continuidade não se adivinha fácil, mas o líder do grupo, há 16 anos ao serviço da equipa de Verona. "Vamos começar tudo de novo e sair ainda mais fortes daqui. Aqueles que amam esta equipa não a podem abandonar só porque as coisas estão a correr mal. Que não seja como o Ventura. Vencemos e perdemos juntos, não desistam de nós até ao último jogo da época", frisou Pellissier.
O futuro imediato em termos desportivos não é nada fácil, até porque o próximo desafio implica uma deslocação a Nápoles para defrontar o milionário segundo classificado da liga italiana. Nesta altura, o Chievo Verona está no último lugar, sem qualquer vitória em 12 jogos. O melhor que conseguiu foi o empate em três jogos. É a pior defesa e o pior ataque da liga italiana. Devido à pontuação negativa com que começou a temporada, tem... zero pontos, menos nove do que a Udinese, a primeira equipa a salvo da linha de despromoção. Ou seja, precisa de vencer três jogos para, pelo menos, igualar o conjunto orientado pelo antigo treinador Belenenses Julio Velázquez. O cenário é "dantesco" mas, como refere, Pellisier não é impossível.
Esta é a décima temporada consecutiva que o Chievo faz no escalão maior do futebol português. Ou seja, tornou-se um "habitué" das lides principais do futebol italiano, depois de uma temporada de 2007/08 que o levou os adeptos do clube de Verona ao rubro.
