A eliminação da Alemanha do Mundial 2018 domina os destaques na Revista de Imprensa do Mundial.
Não há volta a dar. É um escândalo mundial. A Alemanha caiu. Caiu e caiu com estrondo. “Primeira vez que os germânicos são afastados na fase de grupos” de um campeonato do Mundo. Até o próprio Gary Lineker emendou a frase que o celebrizou. Afinal, no fim, já nem sempre ganha a Alemanha. Ou, como destaque A Bola, “… e no fim a Alemanha é eliminada”. “Campeão de volta a casa, germânicos nunca tinham ficado abaixo do 10º lugar”, destaca o Jogo. Será este um dos grandes escândalos da história dos Campeonatos do Mundo?
Pelo Bancada não faltam histórias relacionadas com o Campeonato do Mundo. O Diogo Cardoso Oliveira contou-lhe acerca dos planos do presidente da Albânia para ajudar Xhaka e Shaqiri a pagar as multas impostas pela FIFA, caso fosse necessário, claro. O João Pedro Cordeiro, apesar da eliminação da Islândia, deu-lhe a conhecer o príncipe do futebol islandês, Albert Gudmundsson. E como o embate frente ao Uruguai está a poucas horas de distância, nada como conhecer melhor uma das peças chave da equipa sul americana, o “Pacman Anão”, bem como o visionário, revolucionário e filósofo que lidera a equipa Charrúa.
Ontem foi dia de mais quatro jogos no Campeonato do Mundo que vai sendo disputado na Rússia e que terminou com a qualificação da Suécia, do México, da Suíça – Petkovic assinalou que os Suíços já estão habituados a escrever história – e do Brasil para os oitavos de final da prova. Sem surpresa, porém, é a eliminação da Alemanha que domina os destaques da imprensa no que às histórias vindas da Rússia diz respeito. Pela terceira edição consecutiva o campeão do Mundo cai na fase de grupos da prova depois da Itália em 2010 e da Espanha em 2014. A Marca não desperdiçou a ocasião e fez manchete com a “Maldição do Campeão”. Quem não inventou desculpas foi Löw, que admitiu que a Alemanha não merecia outra sorte.
Ainda por Espanha, no As, há “Adeus Alemanha”, enquanto o Mundo Deportivo destaca aquele que foi um “Kaputt histórico” da seleção alemã. “Alemanha cai perante a Coreia, vítima da maldição do campeão e acaba eliminada na fase de grupos, algo sem precedentes” pode ler-se na publicação catalã. “Bomba: Alemanha KO!”, destaca o Sport, que apesar de tudo faz primeira página com De Jong, médio holandês do Ajax que é pretendido pelo FC Barcelona e por quem os catalães terão de pagar, aparentemente segundo o clube holandês, 50 milhões de Euros para o tirar de Amesterdão.
“O Desastre”, chama-lhe o L’Équipe, fazendo referência à Batalha de Berezina. Lição de história? Ora bem… Tudo aconteceu em novembro de 1812 quando as tropas de Napoleão tentaram invadir a Rússia e acabaram por ter um revés junto ao Rio Berezina perto de Borisov na Bielorrússia. As tropas de Napoleão viram-se obrigados a bater em retirada perante a investida do exército russo e ainda que tenham evitado acabar encurralados e tenham mesmo conseguido atravessar o Berezina, as tropas de Napoleão sofreram baixas significativas. Desde aí Bérézina passou a designar “Desastre” em francês e o L’Équipe aproveitou para usar o tema na sua primeira página de hoje. Russos ou alemães, a verdade é que invadir a Rússia nunca deu grandes resultados. Por falar em guerras… Por cá ontem não se falou de outra coisa que não o bate boca entre Queiroz e Quaresma.
Em Itália sempre se é mais simpático, com o Corriere dello Sport a recorrer ao humor. “Vemo-nos na praia” pode ler-se na publicação. “Default Germania”, lê-se na Gazzetta dello Sport onde, apesar de tudo, o grande destaque vai para o Milan e para a sanção imposta pela UEFA ao emblema milanês. Já pelo Brasil e pelo México o destaque vai para a qualificação das seleções dos respetivos países rumo aos oitavos de final do Campeonato do Mundo que vai sendo disputado na Rússia, apesar da pesada derrota mexicana perante a Suécia que Osorio justificou com dificuldades de adaptação ao estilo nórdico. Um jogo onde Jesús Gallardo, lateral esquerdo mexicano, acabou por fazer história. “Confirmou!” lê-se perentoriamente no Lance! Em relação à vitória do Brasil sobre a Sérvia. Os brasileiros que aproveitaram a oportunidade para festejar a eliminação alemã como forma de vingança pela goleada imposta há quatro anos. Será o Brasil a partir de agora o grande favorito à vitória final? Tite pede calma.
Por fim, Inglaterra e a alegria não podia ser maior face à eliminação da Alemanha. “Sir Bobby, Stuart Pearce, Chris Waddle, Terry Venables, Gareth Southgate, Lampard e todos os adeptos da seleção inglesa, esta foi para vocês” pode ler-se no Sun que ilustra a primeira página da secção desporto com um picotado para que ninguém se esqueça do dia em que a Alemanha terminou a fase de grupos de um Campeonato do Mundo no último lugar. “Cortar por aqui para que possas sorrir quanto te sentires mais em baixo”. “O Dia em que os alemães desapareceram”, pode ler-se pelo Times. “De campeões a patetas”, lê-se no Metro. “Uma humilhação histórica” é a manchete do Telegraph. “O fim do Mundo como o conhecemos”, lê-se no Guardian. Uma vitória agridoce, descreveu o selecionador sul coreano.