A Ucrânia defendeu-se hoje das críticas russas ao seu equipamento para o Euro2020 de futebol, reiterando a utilização da imagem da Crimeia, anexada pela Rússia, bem como de frases patrióticas.
"A todos os que começam a criticar e não suportam ver as nossas fronteiras reconhecidas internacionalmente, ou o lema oficial do nosso estado, só respondo uma coisa: não permitiremos a ninguém que insulte os nossos símbolos nacionais", escreveu no Twitter Dmytro Kouleba, ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia.
As embaixadas britânica e norte-americana, aliadas da Ucrânia, apoiam a posição do país.
"Adoramos o novo visual, Glória à Ucrânia!", escreveu no Twitter a representação norte-americana, com um 'hashtag' em que se diz que "a Crimeia é ucraniana".
Apresentados no domingo, os equipamentos apresentam o mapa da Ucrânia, incluindo a Crimeia, que o regime de Moscovo anexou em 2014, e os territórios do Leste, controlados pelos separatistas pró-russos.
Também incluem as frases "Glória à Ucrânia" e "Glória aos Heróis", retiradas de um cântico patriótico e muito utilizadas no levantamento da praça de Maidan, em 2014, que levou à queda de Viktor Ianukovitch, o presidente que era apoiado por Moscovo.
Мені дуже подобається нова форма нашої збірної. Всім, хто почав на неї шипіти, бо ріжуть око міжнародно визнані кордони чи офіційне вітання нашої держави, можу сказати одне: ми не дозволимо ображати наші національні символи. Слава Україні! Разом до перемоги!#МиЗбірна #МиУкраїна pic.twitter.com/RGmV6Bnd4I
— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) June 7, 2021
A utilização daquelas frases nas camisolas suscitou a crítica dos russos, que as associam a 'slogans' dos grupos nacionalistas da II Guerra Mundial que combateram os soviéticos.
"Durante a guerra, esse grito de guerra nazi foi utilizado pelas unidades ucranianas regulares e irregulares", disse domingo Maria Zakharova, porta-voz da diplomacia russa.
A UEFA, entidade organizadora do torneio, diz que os equipamentos foram aprovados "de acordo com os regulamentos", nomeadamente no que se refere à proibição de "atentar à decência comum ou transmitir mensagens políticas, religiosas ou ligados à raça".