Rebelião interna no jornal norte-americano após apologia da intervenção do exército para travar manifestações
Um artigo de opinião assinado pelo senador do Arkansas Tom Cotton provocou uma rebelião interna no New York Times.
O senador republicano defendeu uma intervenção do exército para acabar com as manifestações antirracismo em diversas cidades norte-americanas.
“O país tem de repor a ordem. Os militares permanecem prontos”, considerou. Estas e outras ideias que fazem a apologia de uma intervenção militar provocaram a ira de alguns editores e jornalistas contra a administração do jornal.
Além da revolta interna, de profissionais que não compreendem a divulgação de um artigo que “põe em risco jornalistas negros”, o jornal sofreu a maior quebra de cancelamentos de assinaturas da sua história.
Dezenas de jornalistas manifestaram-se contra as ideias de Tom Cotton, mas, acima de tudo, entenderam que aquele artigo representa colocar gasolina numa fogueira que as autoridades não conseguem apagar.
Desde a morte de George Floyd, um afro-americano assassinado por um polícia, em Minneapolis, surgiram diversas manifestações antirracismo, bem como atos de violência e pilhagem.