Fora da Bancada
“Não ficou nada de pé, todas as grandes mentiras caíram”, comenta Sócrates
2021-04-09 18:25:00
Principal arguido da Operação Marquês comenta decisões do juiz Ivo Rosa

O principal arguido do processo Operação Marquês, José Sócrates, reagiu com satisfação às principais decisões do juiz Ivo Rosa, que ilibou o ex-primeiro-ministro de todas as acusações de corrupção de que estava imputado.

“Todas as grandes mentiras da acusação hoje caíram. Fortuna escondida, corrupção, ligação com Ricardo Salgado... Não ficou nada de pé, tudo isso ruiu. A única conclusão é esta: Prenderam e difamaram durante sete anos um inocente. Tudo aquilo com base no qual me prenderam, todos esses crimes não existiram, eram tudo falsidades", afirmou Sócrates, em declarações aos jornalistas, à saída do tribunal.

Ivo Rosa mandou também extrair uma certidão do primeiro sorteio de distribuição, que deu o processo ao juiz Carlos Alexandre. Essa decisão, segundo Sócrates, provou que o juiz Carlos Alexandre tinha sido "escolhido" pelo Ministério Público. "Eu não confio no Ministério Público para investigar esse crime porque foi sempre conivente com essa distribuição, defendeu-a contra os factos. A distribuição foi manipulada, foi viciada, foi orquestrada. O Ministério Público escolheu o juiz de forma a acusarem-me e prenderem-me. O juiz está a dizer que esta acusação nunca deveria ter sido feita. Não foi um erro. Foi uma intenção do Ministério Público, que quis insultar", sustentou.

"Houve uma viciação do julgamento logo no início, o juiz nunca foi imparcial, nem nunca esteve à altura do cargo do juiz. Em segundo lugar, todas as grandes acusações que me fizeram, o juiz demonstrou, com muito detalhe, que eram falsas. O juiz, ao dizer que não há indícios para levar o caso a julgamento na questão da Lena, PT e Vale do Lobo está a dizer que estas acusações nunca deviam ter sido feitas", insistiu.

Ao prestar declarações aos jornalistas, Sócrates aproveitou para criticar uma suposta 'novela mediática' criada em torno da Operação Marquês: "A Justiça estava errada. Não reparou? Não acham que o jornalismo deveria fazer uma auto-avaliação. Nada isto teria chegado a este ponto se os jornalismo tivesse feito o seu trabalho. Não havia factos, indícios, nem provas".