Euro2020
Portugal nos oitavos do Euro2020 após empate com a França
2021-06-23 21:55:00
Cristiano Ronaldo chega aos 109 golos pela seleção e apanha recordista Ali Daei

Duas grandes penalidades de Cristiano Ronaldo permitiram hoje à seleção portuguesa de futebol empatar 2-2 com a França e cumprir os ‘cálculos’ exigidos da qualificação para os oitavos de final do Euro2020, na terceira jornada do Grupo F.

Embora tenha ‘viajado’ entre Bucareste, Londres, Sevilha e até mesmo Lisboa (eliminação) durante os 90 minutos, Portugal acabou por agarrar o bilhete para a Andaluzia, como um dos melhores terceiros classificados da competição, face ao empate da Alemanha com a Hungria (2-2), que deixou os germânicos no segundo posto e os húngaros em quarto e fora dos ‘oitavos’, enquanto os franceses seguraram a liderança.

Em Budapeste, a eficácia do ‘capitão’ português na marca de 11 metros, aos 31 e 60 minutos, acabou por ser decisiva, sendo que, pelo meio, Karim Benzema não quis ficar atrás do ex-colega no Real Madrid e também ‘bisou’, operando a reviravolta gaulesa, aos 45+2 e 47.

Com os dois golos, os primeiros que marcou em sete jogos à França, Ronaldo não só se isolou como melhor marcador do Euro2020, com cinco, como igualou o maior ‘artilheiro’ de sempre por seleções, ao ‘replicar’ os 109 do iraniano Ali Daei.

Ainda assim, Portugal também tem de agradecer a Rui Patrício, que, pouco depois do ‘bis’ de Ronaldo, segurou o empate com uma defesa crucial para a seleção nacional, que, tal como em 2016, teve de se agarrar à ‘calculadora’ para seguir para os ‘oitavos’, nos quais vai defrontar a Bélgica, vencedora do Grupo B, no domingo, em Sevilha.

Na partida que ditou a permanência em prova, os detentores do troféu terminaram com quatro estreantes em campeonatos da Europa, todos lançados no decorrer do jogo: Palhinha, Rúben Neves, Sérgio Oliveira e Diogo Dalot, este último estreante absoluto com a camisola da seleção ‘AA’ e o 52.º jogador lançado por Fernando Santos na equipa das ‘quinas’.

Após dois jogos a lançar o mesmo ‘onze’, o selecionador decidiu mudar duas ‘peças’ no ‘xadrez’ que entrou em campo diante dos gauleses, recorrendo ao controlo e taticismo de João Moutinho, e à irreverência e ‘explosão’ de Renato Sanches, em detrimento de Bruno Fernandes e William Carvalho.

O técnico não só mexeu nos titulares, como alterou o sistema de jogo, passando do 4x2x3x1 para um 4x3x3, no qual Danilo atuou claramente como o homem mais recuado do meio-campo, ao contrário do que tinha sucedido com Hungria e Alemanha, em que fez parelha com William.

Já os gauleses apresentaram-se num 4x4x2 muito móvel e dinâmico, com Tolisso a jogar na meia direita enquanto Pogba e Kanté ‘trancavam’ o centro do terreno, permitindo que Mbappé desse alas à velocidade na banda esquerda, apoiando Griezmann e Benzema.

A estatística dos remates à baliza foi iniciada com um cabeceamento de Cristiano Ronaldo, que nem incomodou Lloris, o mesmo não se podendo dizer do que sucedeu na área contrária, em que Rui Patrício foi ‘gigante’ a opor-se à tentativa de Mbappé.

Contudo, nenhum destes lances despertou tanto entusiasmo no estádio quanto o golo que Adam Szalai marcou à Alemanha, a 700 quilómetros de Budapeste, em Munique, fazendo erguer-se a maioria húngara que esteve na Puskás Arena para ver o duelo entre os campeões europeus e os campeões mundiais.

No dia em que cumpriu a 50.ª internacionalização por Portugal, Danilo Pereira recebeu uma ‘felicitação’ nada simpática de Lloris, que acertou em cheio na cabeça do médio em plena área e lançou Ronaldo para a marca de penálti, de onde o ‘capitão’ não ‘tremeu’.

Com Moutinho e Renato a ditarem ‘leis’ no jogo, a França apresentava-se tão ‘pálida’ quanto o equipamento branco que envergou e só mesmo uma grande penalidade – muito duvidosa e só aos ‘olhos’ de Mateu Lahoz – de Nélson Semedo sobre Mbappé permitiu que Benzema empatasse o jogo, apesar dos conselhos que Pepe transmitiu a Rui Patrício, antecipando para onde bateria o antigo colega de equipa no Real Madrid.

A forte pancada que levou na cabeça deixou marcas em Danilo e o jogador do Paris Saint-Germain teve ser rendido logo ao intervalo por Palhinha, só que o estreante em campeonatos da Europa nem teve tempo de perceber onde andavam os adversários, tal a rapidez com que a França deu a volta o resultado, graças a novo tento de Benzema, isolado por Pogba.

No entanto, como não há duas sem três, Mateu Lahoz marcou mais uma grande penalidade, por mão de Koundé, e a resposta lusa chegou pelo pé direito de Ronaldo, que voltou a vencer no duelo com Lloris e ‘bisou’ no encontro.

Se o ‘capitão’ não ‘tremia’ da marca dos 11 metros, Pogba fez estremecer o poste e o coração dos portugueses, que viram Rui Patrício emergir como ‘salvador’ e evitar o terceiro dos gauleses, desviando o pontapé do jogador do Manchester United e, na sequência, uma tentativa de cruzamento de Griezmann.

Depois de ter sido chamado à convocatória devido ao infortúnio de João Cancelo, Diogo Dalot assinou a estreia pela seleção principal face ao ‘azar’ de Nélson Semedo no decorrer do segundo tempo, numa altura em que as duas seleções pareciam mais interessadas em manter o empate do que arriscarem-se a perder.

De tal forma, que o tempo de compensação foi quase passado em trocas de bola entre os jogadores, mais ainda quando se percebeu que a Hungria tinha empatado com a Alemanha e aberto caminho para a qualificação da equipa das ‘quinas’, mesmo antes de terminar o encontro na Puskás Arena.

Ficha de jogo

Jogo na Puskás Arena, em Budapeste.

Portugal - França, 2-2.

Ao intervalo: 1-1.

Marcadores:

1-0, Cristiano Ronaldo, 31 (grande penalidade).

0-1, Karim Benzema, 45+2, (grande penalidade).

1-2, Karim Benzema, 47.

2-2, Cristiano Ronaldo, 60 (grande penalidade).

Equipas:

- Portugal: Rui Patrício, Nélson Semedo (Diogo Dalot, 79), Pepe, Rúben Dias, Raphaël Guerreiro, Danilo Pereira (Palhinha, 46), João Moutinho (Rúben Neves, 73), Renato Sanches (Sérgio Oliveira, 88), Bernardo Silva (Bruno Fernandes, 72), Diogo Jota e Cristiano Ronaldo.

(Suplentes: Anthony Lopes, Rui Silva, Diogo Dalot, José Fonte, Palhinha, William Carvalho, Rúben Neves, Sérgio Oliveira, Bruno Fernandes, Rafa, João Félix e André Silva).

Selecionador: Fernando Santos.

- França: Hugo Lloris, Jules Koundé, Presnel Kimpembe, Raphaël Varane, Lucas Hernández (Lucas Digne, 46, Adrien Rabiot, 52), N'Golo Kanté, Paul Pogba, Corentin Tolisso (Kingsley Coman, 66), Antoine Griezmann (Moussa Sissoko, 86), Kylian Mbappé e Karim Benzema.

(Suplentes: Steve Mandanda, Mike Maignan, Benjamin Pavard, Clément Lenglet, Kurt Zouma, Lucas Digne, Adrien Rabiot, Moussa Sissoko, Thomas Lemar, Kingsley Coman, Wissam Ben Yedder e Olivier Giroud).

Selecionador: Didier Deschamps.

Árbitro: Antonio Mateu Lahoz (Espanha).

Ação disciplinar: cartão amarelo para Lloris (27), Hernández (36), Griezmann (39) e Kimpembe (83).

Assistência: Cerca de 67.000 espetadores.