A Inglaterra adiou hoje a qualificação para os ‘oitavos’ do Euro2020 de futebol, com um ‘nulo’ diante da Escócia, em jogo da segunda jornada do Grupo D, que sustém o ‘sonho’ do rival britânico em aceder às eliminatórias.

Numa noite chuvosa no Estádio de Wembley, em Londres, 20.306 espetadores presenciaram um jogo com mais emotividade que virtuosismo técnico, traduzido no 26.º empate em 115 edições da mais antiga rivalidade entre seleções à escala mundial.

Se os anfitriões não descobriram desta vez rasgo individual para disfarçar a parca criatividade e chegar ao oitavo triunfo consecutivo, os visitantes, com o regressado Billy Gilmour em evidência, ganharam fôlego na luta por uma inédita vaga na fase seguinte.

A Inglaterra com os mesmo quatro pontos da República Checa no Grupo D, adversária da próxima jornada, na terça-feira, de novo em Wembley, enquanto Croácia e Escócia têm um ponto e irão debater hipóteses de qualificação em Glasgow.

Com laterais renovadas face ao triunfo sobre a Croácia (1-0), a equipa dos ‘três leões’ entrou convicta do seu favoritismo e tentou cercar desde cedo a ‘tartan army’, que se mostrou organizada e no limite da agressividade para ganhar superioridade nos duelos.

A exceção deu-se apenas aos 12 minutos, num cabeceamento sem oposição de John Stones ao poste da baliza de David Marshall, após canto na direita de Mason Mount, que, na jogada seguinte, finalizou para fora uma incursão de Raheem Sterling pela esquerda.

Esses dois lances sobressaíram numa primeira parte equilibrada, em que a Escócia usufruiu das quatro trocas no ‘onze’ derrotado pela República Checa (0-2) para mostrar solidez defensiva, abrandar a iniciativa da Inglaterra e espreitar alguns contra-ataques.

Perto da meia hora, na derradeira jogada promissora antes do intervalo, o ‘capitão’ Andy Robertson escapou pela esquerda e cruzou na direção do segundo poste, onde um repentino remate de primeira de Stephen O’Donnell colocou à prova Jordan Pickford.

O conjunto de Gareth Southgate prometeu maior intensidade e desenvoltura na abertura da etapa complementar, com Mount a importunar Marshall, aos 47 minutos, mas os pupilos de Steve Clarke resistiram na expectativa e nunca prescindiram da ousadia.

Se Reece James procurou abalar a cerrada coesão visitante aos 55 minutos, ao atirar para a bancada, destacou-se na sua área aos 62, quando afastou quase na linha de golo um desvio de Lyndon Dykes, correspondendo ao canto batido por Robertson na direita.

O avanço do relógio sustentou o ascendente anímico da Escócia, capaz de responder ao crescente balanceamento ofensivo da Inglaterra, a denotar cada vez mais hesitação na invasão ao último terço e sem capitalizar a expectativa pela entrada de Jack Grealish.

Prova disso evidenciou Luke Shaw aos 74 minutos, num remate disparatado em plena área de David Marshall, bem mais inofensivo que o pontapé alto de Che Adams, aos 78, respondendo à interceção de Stones a um cruzamento tenso de Robertson na esquerda.

O sub-rendimento de Harry Kane, ‘artilheiro’ da fase de apuramento, com 12 golos, acelerou a entrada de Marcus Rashford, outra aposta incapaz de abalar um opositor britânico sereno a agarrar com unhas e dentes e em bloco baixo um ponto precioso.

Ficha de jogo

Jogo no Estádio de Wembley, em Londres, em Inglaterra.

Inglaterra - Escócia, 0-0.

Equipas:

- Inglaterra: Pickford, James, Stones, Mings, Shaw, Phillips, Rice, Foden (Grealish, 63), Mount, Sterling e Kane (Rashford, 74).

Selecionador: Gareth Southgate.

- Escócia: Marshall, McTominay, Hanley, Tierney, O’Donnell, Gilmour (Armstrong, 76), McGinn, McGregor, Robertson, Dykes e Adams (Nisbet, 86).

Selecionador: Steve Clarke.

Árbitro: Antonio Mateu Lahoz (Espanha).

Ação disciplinar: Cartão amarelo para McGinn (15) e O’Donnell (87).

Assistência: 20.306 espetadores.