A Espanha está pela quinta vez nas meias-finais de um Europeu de futebol, ao vencer por 3-1 nos penáltis uma ‘heroica’ Suíça, que, com 10 desde os 77 minutos, segurou o 1-1 até aos 120, em São Petersburgo.
Num intenso primeiro jogo dos quartos de final do Euro2020, os espanhóis marcaram logo aos oito minutos, num autogolo de Denis Zakaria, curiosamente a única novidade no ‘onze’ helvético, mas, depois, não mais concretizaram, nem mesmo num ‘11 contra 10’ durante 43 minutos, após a expulsão de Remo Freuler.
A Suíça, que tinha chegado à igualdade aos 68 minutos, por Xherdan Shaqiri, num lance azarado da defesa espanhola, apostou tudo em defender quando ficou em inferioridade numérica e conseguiu o objetivo de levar o jogo para os penáltis.
Depois de desperdiçar mais de uma dezena de boas ocasiões para marcar, num prolongamento em que massacrou os suíços e esbarrou muitas vezes em Sommer, a Espanha começou da pior forma a ‘lotaria’, com Busquets a atirar ao ‘ferro’ e Gavranovic a marcar.
A formação de Vladimir Petkovic parecia lançada para fazer o que tinha feito nos ‘oitavos’ à França, até porque, depois de Schär falhar o quarto pontapé, Rodri, entrado aos 119 só para marcar um penálti, desperdiçou o quinto.
O falhanço de Schär foi, porém, o primeiro de três falhanços consecutivos dos helvéticos – os dois primeiros parados por Unai Simón -, enquanto, após Rodri, os esquerdinos Gerard Moreno e Oyarzabal não desperdiçaram e qualificaram a Espanha.
Nos dois últimos títulos, arrebatados em 2008 e 2012, a ‘roja’ também passou pelos penáltis, batendo por 4-2, após 0-0 nos 120 minutos, a Itália, nos ‘quartos’ do Euro2008, e Portugal, nas meias-finais do Euro2012. Segue-se Bélgica ou Itália.
Em relação aos 'oitavos', a Suíça procedeu a apenas uma alteração, forçada, com a entrada do médio Zakaria para lugar do castigado Xhaka, enquanto a Espanha mudou duas peças, na defesa, trocando Eric Garcia e Gayà por Pau Torres e Jordi Alba.
A Espanha assumiu a posse de bola desde início e marcou muito cedo, sem o justificar minimamente: Koke marcou um canto na direita, Alba, sozinho à entrada da área, rematou forte e Zakaria desviou a bola de Sommer, marcando na própria baliza.
O golo nada mudou, aparentemente, na disposição das equipas, mas o azar voltou a perseguir os suíços, aos 23 minutos, com Embolo a sair lesionado – entrou Vargas.
No que respeita a ataques às balizas, foram muito raros, destacando-se apenas um livre de Koke por cima da barra, aos 17 minutos, e, do outro lado, cabeceamentos de Akanji (34) e Widmer (39) após cantos na direita de Shaqiri.
Para a segunda parte, Luis Enrique trocou Sarabia por Dani Olmo e, aos 54 minutos, lançou Gerard Moreno para o lugar de Morata, mas foi novamente um canto de Shaqiri a levar perigo, desta vez para um cabeceamento muito pouco ao lado de Zakaria, aos 56.
Apesar de Dani Olmo ter entrado bem e de a Espanha continuar ‘dona’ da bola, foi a Suíça a ameaçar de novo, aos 64 minutos, numa triangulação entre Vargas e Zuber, que ainda conseguiu rematar para defesa de Unai Simon.
Mas, aos 68 minutos, os helvéticos marcaram mesmo, desta vez após falha da defesa espanhola: Laporte cortou a bola contra Pau Torres e esta sobrou para Freuler, que, sobre a direita, levantou a cabeça e assistiu Shaqiri, para este marcar sem dificuldades.
Perante uma Espanha há muito a ‘deixar andar’, a Suíça, mais ‘desperta’, ficou por cima, mas o efeito psicológico do golo durou muito pouco, pois, aos 77 minutos, Freuler teve uma entrada forte sobre Gerard Moreno e viu o vermelho direto.
A Espanha reassumiu o comando, perante uma Suíça em que Petkovic trocou Shaqiri e Seferovic por Sow e Gavranovic, mas, até ao final do tempo regulamente, não ‘atacou’ Sommer uma única vez e ainda se assustou em alguns contra-ataques suíços.
No início do prolongamento, a ‘roja’, já com Marcos Llorente e Oyarzabal, instalou-se junto à área dos suíços, incapazes de sair para o ataque, e as oportunidades começaram a suceder-se de forma ‘vertiginosa’, com Sommer a emergir como grande figura.
Gerard Moreno (92, 100 e 101), Jordi Alba (96), Dani Olmo (97), Pedri (99) e Oyarzabal (103 e 105+1) colecionaram ocasiões, mais ou menos flagrantes, mas o tempo extra ‘virou’ com 1-1 e a Suíça entretanto refrescada com Fassnacht, Mbabu e Schär.
Na segunda parte do prolongamento, manteve-se o ‘monólogo’ da Espanha, que ainda juntou Thiago Alcântara, mas Marcos Llorente (110), Dani Olmo (111 e 112), Sergio Busquets (116), Gerard Moreno (118) e Rodri (120+1) também não conseguiram bater Sommer.
Os suíços conseguiram o grande objetivo de levar o jogo para o desempate por penáltis, mas, depois de terem marcado os cinco face à França, só marcaram um de quatro frente à Espanha, que marcou três de cinco e viu Unai Simón parar dois.
Ficha de jogo
Jogo na Gazprom Arena, em São Petersburgo, Rússia.
Suíça – Espanha, 1-1 no prolongamento, 1-3 no desempate por grandes penalidades
Ao intervalo: 0-1.
No final do tempo regulamentar: 1-1.
No final da primeira parte do prolongamento: 1-1.
Marcadores:
0-1, Denis Zakaria, 08 minutos (própria baliza).
1-1, Xherdan Shaqiri, 68.
No desempate por grandes penalidades:
0-0, Sergio Busquets (ao poste direito)
1-0, Mario Garanovic.
1-1, Dani Olmo.
1-1, Fabian Schär (defesa de Unai Simón).
1-1, Rodri (defesa de Sommer).
1-1, Manuel Akanji (defesa de Unai Simón).
1-2, Gerard Moreno.
1-2, Ruben Vargas (por cima da barra).
1-3, Mikel Oyarzabal.
Equipas:
- Suíça: Sommer, Elvedi, Akanji, Rodríguez, Widmer (Mbabu, 100), Zakaria (Schär, 100), Freuler, Zuber (Fassnacht, 90+2), Shaqiri (Sow, 81), Embolo (Vargas, 23) e Seferovic (Gavranovic, 82).
Selecionador: Vladimir Petkovic.
- Espanha: Unai Simón, Azpilicueta, Laporte, Pau Torres (Thiago Alcântara, 113), Jordi Alba, Sergio Busquets, Koke (Marcos Llorente, 90+1), Pedri (Rodri, 119), Ferran Torres (Oyarzabal, 91), Sarabia (Dani Olmo, 46) e Morata (Gerard Moreno, 54).
Selecionador: Luis Enrique.
Árbitro: Michael Oliver (Inglaterra).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Widmer (67), Laporte (80+2) e Gavranovic (120+1). Cartão vermelho direto para Freuler (77).
Assistência: Cerca de 30.000 espetadores.