Rui Gomes da Silva, candidato à presidência do Benfica, abordou este domingo o programa da sua candidatura e criticou a liderança de Luís Filipe Vieira. 

Em entrevista à Sport TV, o advogado explica que se candidata por “razões de coerência, projeto e paixão” e recorda o tempo em que serviu o emblema das águias. 

“São razões de coerência, projeto e paixão. Coerência porque sempre defendi o Benfica. Em 1991, defendi a formação, o ecletismo e depois candidato a campeão europeu. É uma ideia de coerência; paixão de ter sido atleta, quando vê o Benfica tomado por negócios e parcerias estratégicas. O Benfica tem de voltar a ser referência europeia. Cinco a zero (5-0) em Basileia são graves e devemos ser candidatos ao título”, explica. 

Rui Gomes da Silva acredita ser possível desenvolver “uma cultura de vitória sem abdicar do futebol europeu à primeira contrariedade” e lembra, por isso, os sete anos passados no seio do clube onde, diz, viu não se “querer ser campeão europeu”. 

“Dos sete anos em que lá estive, vi que não querem ser campeões europeus. Querem é vender jogadores. Nos últimos anos não se viu ninguém a falar do projeto europeu. Foi introduzido sem falsas modéstias. Foram mais longe e propuseram que iam ser campeões europeus com a formação e ele [Luís Filipe Vieira] sabe que isso é impossível. Ele sabe, daí que tenha delapidado a formação”, continuou. 

Referindo que Luís Filipe Vieira fala “em função das circunstâncias”, o candidato à presidência do Benfica defende ser possível chegar ao título europeu “reduzindo um plantel”. 

“Ninguém na vida tem um projeto sério com 109 atletas. Equipa B e Sub-23 são coincidentes, só ficaria com uma. O Benfica não tem de estar nas guerras da federação e da Liga e não tem de jogar. Derrota com o PAOK, que tem 10 por cento do valor do seu plantel? Não é admissível”, criticou. 

A terminar, Rui Gomes da Silva acusa Luís Filipe Vieira de “fugir nas derrotas” e de ter despedido Bruno Lage porque “já tinha um treinador contratado”, garantindo que, caso seja eleito, ganhará uma “almofada grande” ao evitar “comissões de jogadores e certas transferências”e que “há muitos jogadores que não vão ser jogadores do Benfica”. 

“A rotura com Vieira não é de um momento só. Bati-me sozinho nos direitos de transmissão e as divergências foram acontecendo várias vezes. Não é digno que o Benfica tenha uma meta de chegar aos quartos de final. Revela ambição. Achei que ter Jorge Mendes como parceiro estratégico era a gota de água. Comigo não há parceiros. Se o clube não queria vender João Félix foi o parceiro a querer pela comissão. Trabalho com todos, pagaremos a comissão a empresários nas contratações”, rematou.

As eleições no Benfica estão marcadas para o próximo dia 28 de outubro, tendo como concorrentes Luís Filipe Vieira (Lista A), João Noronha Lopes (Lista B), Luís Miguel David (Lista C) e Rui Gomes da Silva (Lista D).