Portugal
"Só tínhamos ganho ao Benfica, tive que pôr um travão à euforia"
2021-07-27 22:30:00
Pinto da Costa revela que teve de chamar a atenção ao plantel do FC Porto após o golo de Kelvin ao rival

Dias após elogiar o Benfica, garantindo que a rivalidade com as águias é sadia, Pinto da Costa recuperou um dos momentos preferidos dos adeptos portistas nos confrontos com o rival da Luz: o golo de Kelvin aos 90+2, a 11 de maio de 2013. Os festejos da equipa do FC Porto foram tão expansivos que o presidente dos dragões teve de ir ao balneário para alertar que esse campeonato ainda não estava ganho.

“Este foi um momento histórico para todos. É indescritível o que se passou neste dia. A equipa nunca deixou de acreditar na vitória. Fizemos tudo para ganhar, foi aos 90+2 minutos, mas vale tanto o golo que se marca no primeiro minuto como no último. A partir daquele momento até tive que chamar a atenção que não tínhamos ganho o campeonato, ainda faltava um jogo”, contou Pinto da Costa, ao recordar esse ano de 2013, no episódio de hoje da série ‘Ironias do Destino’.

Esse triunfo sobre o Benfica foi celebrado de forma tão efusiva que deixou o dirigente “preocupado”, pois ainda faltava uma jornada. “Foi uma festa como nem a festejar campeonatos eu vi, tive que pôr um travão a essa euforia”, justificou.

“Vi que no balneário havia uma euforia fantástica, chamei a atenção de que não tínhamos ganho nada, só tínhamos ganho ao Benfica. No último jogo tínhamos uma deslocação muito difícil a Paços de Ferreira, eles fazem sempre jogos fantásticos contra nós. Tive que chamar a atenção para travar a euforia, porque ela tinha que ser guardada para oito dias depois se vencêssemos o Paços de Ferreira”, reforçou Pinto da Costa.

O aviso valeu a pena. “Durante toda a semana, o meu trabalho foi estar junto da equipa a chamar a atenção para o jogo com o Paços de Ferreira. Valeu a pena, porque os jogadores concentraram-se e compreenderam que ainda não tínhamos ganho nada”, continuou: “Acabaram por ganhar, com todo o mérito, e depois deu-se a saída do Vítor Pereira. Veio o Paulo Fonseca, que começou a época ainda em 2013 a ganhar a Supertaça”.

Esse golo de Kelvin ficou bem guardado na memória de Pinto da Costa e também no museu do FC Porto, onde o presidente falou sobre o lance: “Foi realmente um jogo muito emocionante, porque precisávamos de ganhar para passar para a frente e sofremos um golo logo no princípio do jogo. Empatámos ainda na primeira parte, o Benfica era muito forte e o tempo ia passando. Neste momento mágico, o Kelvin acertou ali no cantinho. Foi uma explosão de alegria não só no Dragão, mas em todo o país, um momento realmente histórico”.

“Ainda hoje vemos estas imagens e não as conseguimos ver indiferentemente. Era impossível descrever, o estádio estava super lotado e foi uma explosão tão instantânea que foi um barulho ensurdecedor, não me lembro de ter visto um momento como este no Dragão, talvez seja dos mais importantes momentos na história deste estádio”, acrescentou.

Garantido o campeonato, o segundo da conta pessoal, o treinador Vítor Pereira deixaria o FC Porto. “Acabou por sair por vontade sua”, garantiu Pinto da Costa: “Testou depois uma carreira no estrangeiro. Não foi uma carreira brilhante em termos de grandes clubes, mas foi muito proveitosa e ele mereceu bem, porque fez aqui um excelente trabalho e depois foi desfrutar dos lucros que estas vitórias lhe proporcionaram”.