O futuro de Ricardo Horta continua em stand-by, enquanto SC Braga e Málaga não chegam a um entendimento relativamente à transferência do internacional português para o Benfica. O capitão dos minhotos continua integrado nos treinos dos arsenalistas e, na Luz, Roger Schmidt vai tentando prosseguir a caminhada encarnada sem um dos jogadores mais desejados para atacar a nova temporada.
Numa altura em que se ficou a saber que Ricardo Horta apresentou uma queixa junto da FIFA para tentar solucionar a situação, dado que Málaga e SC Braga não se entendem relativamente ao valor que cabe a cada uma das sociedades desportivas, de acordo com as percentagens que pertencem a cada um, José Manuel Capristano, antigo vice-presidente das águias, lamenta a situação e deixa críticas à forma como nomeadamente António Salvador está a conduzir o processo.
"Julgo saber que o SC Braga tem trinta e poucos por cento do jogador e o Málaga tem sessenta e tal por cento do jogador. Se o SC Braga pede 15 milhões de euros ou vai receber 15 milhões, eu pergunto que se o SC Braga vai receber 15 milhões de euros que tem trinta e tal por cento, está a imputar ao jogador o valor de 50 milhões ou lá perto", atirou José Manuel Capristano.
Para o antigo vice-presidente do clube da Luz, que falava na A Bola TV, "tudo isto faz uma grande confusão". "Agora, como eu não conheço os contratos, como eu não sou advogado, não sei se isto é uma coisa original. Mas, para mim, e acho que no futebol português, é mais uma originalidade", comentou o antigo dirigente dos encarnados, não compreendendo a lógica de António Salvador.
"Quer dizer, o SC Braga quer receber este mundo e o outro quando só tem trinta por cento do jogador", salientou Capristano, realçando que os espanhóis também reclamam uma verba na transferência.
"O Málaga quer receber, já aceitava não sei o quê, agora já quer receber cinco ou não sei quantos milhões pelo jogador. Depois há ainda por cima intermediários pelo meio entre o Málaga e o SC Braga."
Por conseguinte e perante o atual contexto em que o negócio se encontra, José Manuel Capristano diz que a solução poderá passar por o Benfica pagar um valor acima da cláusula de rescisão do jogador, que é de 30 milhões de euros.
"Só se o Benfica pagar 40 milhões para dividir por aquela gente toda para ficar toda a gente satisfeita", ironizou José Manuel Capristano, admitindo que apenas um especialista em Direito poderá encontrar respostas para esta situação.
"Só uma pessoa formada em Direito desportivo é que talvez possa chegar a uma conclusão sobre isto", sublinhou o antigo dirigente do Benfica, certo de que Ricardo Horta e o Benfica são, a seu ver, os elementos "prejudicados" com toda esta situação.
"O Ricardo Horta é um dos grandes prejudicados, mas o Benfica também tem sido. Chegamos a acordo com o jogador, segundo rezam as crónicas. Chegamos a acordo com o SC Braga, segundo rezam as crónicas. Está tudo acordado e o jogador não vem para o Benfica", lamentou Capristano, insistindo que não sabe como é que a situação vai terminar.
"Não sei como é que vai acabar", afirmou Capristano, sublinhando que "é muito galo para o mesmo poleiro". "É uma confusão no futebol. Isto é um futebol muito esquisito, muito especial. Não me parece que isto pudesse acontecer em qualquer país da Europa".
Além disso, o antigo vice-presidente do clube lisboeta diz que o limite temporal para as águias será mesmo o final da janela de transferências. "Até ao final de agosto o Benfica tem de desatar este nó. O Benfica e os outros", concluiu.