O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, responde às “muitas mentiras” das “campanhas permanentes” contra o clube, denunciando o objetivo de vender “uma imagem muito retorcida da realidade” azul e branca.
No editorial da revista Dragões, o dirigente elogiou a unidade interna com que o FC Porto responde às “mentiras” de que é alvo, usando como argumento a “percentagem de ocupação” do estádio em dias de jogo.
“Referem-se a nós como um bando de selvagens. Dizem que os nossos adeptos são poucos e menos ligados ao clube do que os dos rivais. A realidade dos factos diz que nenhum estádio tem uma taxa de ocupação tão alta como o Dragão, onde não se registou qualquer problema”, escreve Pinto da Costa.
E continua, numa resposta velada a quem critica o comportamento de Sérgio Conceição e de outros elementos do banco portista. “Dizem que vivemos da guerra e que só causamos mau ambiente, mas também em relação a isto a realidade dos factos é cristalina: a Liga distinguiu-nos pela quinta vez pelos nossos projetos de responsabilidade social”, aponta o histórico presidente dos dragões.
“Insistem que não fazemos bons negócios”
Em ano pré-eleitoral, Pinto da Costa aproveita o editorial para responder também às críticas a propósito do mercado, depois de uma pré-temporada marcada pela saída de Uribe a custo zero, pela venda de Otávio e pela não contratação de João Moutinho, que acabou por assinar pelo SC Braga.
“Também ouvimos os papagaios do costume, a propósito do mercado, dizer que o FC Porto não tinha capacidade para se reforçar nem para gerar valores relevantes em transferências. Certo é que contratámos jogadores que dão garantias para o presente e o futuro (…). E transferimos um atleta pelo valor da cláusula de rescisão, bem acima do que era indicado como preço de mercado. Mas insistem que não fazemos bons negócios”, argumenta.
Otávio foi transferido para o Al Nassr, clube saudita treinado pelo português Luís Castro (antigo técnico do FC Porto), por 60 milhões de euros, o valor da cláusula de rescisão, num negócio oficializado no dia 22 de agosto. Porém, antes do dia 15 de julho o valor da cláusula de rescisão era de 40 milhões.
“O Luís Castro é porreiro. Há 15 dias não o quis”, ironizou Fernando Mendes, antigo jogador dos dragões mas assumido adepto do Sporting, a propósito da transferência de Otávio ter ocorrido poucos dias após a subida da cláusula. António Figueiredo, ex-dirigente do Benfica, foi ainda mais crítico: “Transferência de Otávio é coisa para a Polícia Judiciária”.
Nesta reação, Pinto da Costa aproveita ainda a recente vitória para a Liga dos Campeões, sobre o Shakhtar, para negar a “crise desportiva” do FC Porto, que tropeçou no campeonato ao ceder um empate caseiro com o Arouca, numa partida marcada por uma conversa do árbitro com o VAR pelo telemóvel e pelos 22 minutos de descontos.
“Querem vender-nos a ideia de que o FC Porto atravessa uma crise desportiva. A verdade é que no futebol temos 13 pontos em 15 possíveis e estamos na liderança do campeonato. Começámos a prova mais prestigiada do mundo com uma vitória clara e uma demonstração da ambição com que enfrentamos os desafios mais difíceis”, conclui Pinto da Costa.