Portugal
Portimonense deixa lanterna-vermelha ao bater Nacional com penálti sobre o fim
2020-11-29 17:50:00
Júlio César expulso aos 89 minutos

O Portimonense quebrou hoje um ciclo de três derrotas consecutivas e deixou a lanterna-vermelha da I Liga, ao bater o Nacional por 1-0, com um golo de Fabrício aos 89 minutos, de grande penalidade.

Um dia depois da morte do seu ex-treinador Vítor Oliveira, em partida da oitava jornada, bastante equilibrada e sem muitos momentos de interesse, o tento do avançado brasileiro, na conversão de um penálti a castigar braço de Júlio César (expulso na sequência do lance), acabou por ser decisivo.

A equipa de Portimão subiu provisoriamente ao 16.º lugar, com sete pontos, enquanto o Nacional, afastado da luta pelos quartos de final da Taça da Liga, é sétimo classificado, com 10.

Assinalando o luto pela morte de Vítor Oliveira, ocorrida no sábado, aos 67 anos, os jogadores do Portimonense entraram em campo envergando ‘t-shirts’ com a imagem do técnico, exibindo uma tarja com a inscrição "Eterno Vítor Oliveira. Obrigado sempre", e jogando depois com o nome do técnico estampado nas costas das camisolas.

Com quatro derrotas seguidas em jogos oficiais, a equipa algarvia entrou a pressionar, dominando em pleno e mostrando-se determinada a marcar cedo, criando até duas ocasiões de relativo perigo nos primeiros 10 minutos de jogo.

Primeiro, foi Fabrício, em boa posição dentro da área, a rematar ligeiramente por cima, aos seis minutos, enquanto Luquinha, três minutos depois, atirou de fora da área, com a bola a passar junto ao poste direito da baliza de Daniel Guimarães.

Aos 11 minutos, os madeirenses dispuseram de uma boa oportunidade, depois de um atraso de Lucas Possignolo para o guarda-redes Samuel ter sido punido pelo árbitro com livre indireto dentro da área, mas Ruben Micael e Riascos desentenderam-se na marcação da bola parada.

Já sem o lateral-direito Rúben Freitas, substituído devido a lesão aos 21 minutos, o Nacional foi, aos poucos, equilibrando a posse de bola e até assumindo um ligeiro controlo, ainda que os minutos tenham passado sem ocasiões claras junto às duas balizas.

Com o jogo muito equilibrado, mas pobre em termos ofensivos, só Pedro Sá, já nos “descontos” da primeira parte, trouxe alguma emoção à partida com um “tiro” de fora da área ao lado.

Depois do intervalo, as duas equipas pareciam voltar do balneário mais ativas, com Luquinha a desperdiçar um lance de insistência dos algarvios (46 minutos) e, na outra área, Mabrouk a atirar com perigo ao lado (48).

Os algarvios mostravam vontade de assumir o domínio da partida e, pouco depois, Luquinha esteve novamente em evidência, após recuperação de bola a meio-campo e um contra-ataque rápido, rematando com o pé direito para grande defesa de Daniel Guimarães para canto (56 minutos).

Com a pressão do Portimonense a intensificar-se, Paulo Sérgio aumentou a frente de ataque, sem resultados práticos, enquanto Gorré criou perigo para os forasteiros com dois remates de fora da área para fora (77 e 81 minutos).

O jogo parecia estar a caminho do empate até que surgiu o lance decisivo do encontro, aos 85 minutos: alertado pelo vídeoarbitro (VAR) para um corte com o braço de Júlio César na área, após remate de Aylton Boa Morte, o árbitro Gustavo Correia foi ver as imagens e confirmou o penálti, expulsando o defesa central por acumulação de amarelos.

O avançado brasileiro Fabrício converteu com sucesso e a equipa algarvia dedicou o golo a Vítor Oliveira e ao médio brasileiro Lucas Fernandes, que estará afastado das opções por vários meses, devido a lesão.

Após o fim do jogo, numa homenagem sentida a Vítor Oliveira, jogadores, técnicos e dirigentes de Portimonense e Nacional uniram-se numa roda gigante a meio-campo e cumpriram um minuto de silêncio.