"Pode perguntar mas tira lá isso [máscara]", disse Jorge Jesus a um jornalista já na reta final da conferência de imprensa de antevisão ao Moreirense onde abordou a ausência de público dos estádios devido à covid-19. E o treinador do Benfica não foi nada meigo para com as autoridades que avaliam a situação, quando questionado sobre a iniciativa do Benfica em ter adeptos na tribuna.
"Ainda bem que me faz essa pergunta. Como é que eu vejo? Vejo de coração aberto e que isso seja uma possibilidade no futebol em todo o mundo. Com todo o respeito pela Direção-Geral da Saúde, acho que são os responsáveis, não entendo o porquê de não haver público no futebol", criticou Jorge Jesus.
O treinador do Benfica prolongou-se no desabafo.
"O futebol tem de ser exemplo do quê? Do quê? Essa conversa de que as pessoas estão no futebol de forma diferente que estão no cinema, no teatro, que é diferente da festa do Avante? Ainda bem, fiquei todo feliz por ter havido a festa do Avante. Quem consegue ter um controlo de organização como qualquer clube consegue fazer..."
Esperançado que em breve "a presença dos adeptos seja uma possibilidade", Jesus disse ainda que espera que possa essa autorização ser dada em função da lotação do estádio.
"O futebol para os políticos... não sei qual é a máscara que eles colocam. Para o futebol há sempre uma máscara. O futebol foi, no mundo, a atividade que melhor soube trabalhar e conviver com o vírus."
Jorge Jesus indicou ainda o que tem de ser feito para que regresse uma certa normalidade ao futebol.
"Temos de testar, que é isso que não fazemos. Nem todos podem ser testados. Nem sempre é fácil como querem prever. Temos de saber testar, prevenir e isolar. Não há outro meio. Ou então vamos todos para casa e ficamos malucos. Temos de ser realistas e tirar a máscara. A máscara é só para o covid. Não tem cura mas sabemos como funciona o vírus."
Aos jornalistas, Jesus lembrou que o Brasil tem sido fortemente afetado pela pandemia, mas já se aponta uma data para o regresso do público aos estádios.
"Aqui ainda andamos a inventar aquilo que não tem nada que inventar."