Quando passam três anos desde que Bruno de Carvalho, antigo presidente do Sporting, foi detido em casa pelas autoridades, o ex-dirigente recordou o momento da detenção e, entre outras coisas, diz que não irá perdoar os sportinguistas pela situação que teve de enfrentar numa altura em que tinha deixado de ser presidente do emblema lisboeta, há poucos meses.

"Hoje faz três anos que fui detido... No seguimento de uma notícia CM que dizia que eu tinha nacionalidade moçambicana uma Vilar decidiu que deveria alterar um mero mandato de busca para um mandato de busca e detenção... A um domingo e na véspera de greve dos funcionários judiciais. Uma devassa ao nível de um Burundi... 2 horas onde até cães farejadores de droga tiveram o focinho nas roupas interiores das minhas filhas... Resultado: nada... A maioria dos sportinguistas aplaudiu a detenção do terrorista, aquele que com 515 milhões deixou o clube falido", enquadra.

"Com jogadores que renderam de vendas (logo de seguida) mais de 200 milhões e que, só porque 'sim' mandou bater nos jogadores para que eles perdessem com o colosso Aves. Bem não seria só para isso, era também para mostrar que quando olho nos olhos e coloco o dedo em riste, atiro. Passados três anos eram 7 da manhã e não conseguia adormecer... Para além de destituído e expulso de sócio, por uma invenção da CM e do MP, ainda tenho de ler que os sportinguistas nunca mais me querem lá... Nem cobertos de ouro eu lá voltaria", continua, antes de criticar os adeptos.

"Provaram ser os adeptos mais burros da história do futebol. Injustos, manipuláveis, desprezíveis e não merecedores de nada. Fica o meu orgulho de ter servido o meu Clube e a vergonha de ter liderado um bando de idiotas (nem todos, existem 10 que se aproveitam)", dispara.

"Nunca, mas nunca irei perdoar aos sportinguistas a sua injustiça, ignorância e a forma como passados três anos ainda espalham ódio só porque podem e querem", assinala Bruno de Carvalho numa sequência de mensagens deixadas na rede social Twitter, onde alude à detenção que foi alvo naquela noite de novembro de 2018.

O antigo presidente do Sporting manifesta também que tem procurado seguir com a sua vida para a frente e, entre várias críticas e reparos, defende que não pretende voltar ao emblema de Alvalade, realçando, ainda assim, que nem todos são 'culpados' desta decisão. Porém, como faz questão de lembrar, na "vida pagam os justos pelos pecadores".

Bruno de Carvalho diz que é chegado o momento de ir "pondo os pontos nos i's". "Aos que são normais o meu desejo de vida boa e sã e que nunca um conjunto de gente mal formada, apoiados por uma louca com poder, vos transforme de um dia para o outro".

O antigo presidente do conjunto leonino diz que há marcas que ficam e realça que nem todas as pessoas têm capacidade para seguir em frente. "É que elas não matam mas moem. E nem todos sabem virar a página."

No conjunto de mensagens que deixa, Bruno de Carvalho assegura ainda que tem tentando 'levar' a sua vida para a frente, independentemente do que outros possam dizer. "Faço o que quero e gosto", garantiu o antigo presidente do Sporting.

Depois de ter sido detido, Bruno de Carvalho foi levado a julgamento no âmbito do processo da invasão ao centro de treinos do Sporting, em Alcochete, e acabou absolvido em Tribunal.

As entidades judiciárias não encontraram fundamentos legais contra Bruno de Carvalho que saiu do Tribunal na condição de um homem livre. No entanto, até ao momento, o ex-presidente não foi integrado como associado do Sporting, sendo que o tema tem levantado dúvidas e divisões em Alvalade.

Algumas figuras ligadas ao passado do Sporting entendem que Bruno de Carvalho deveria ser novamente integrado como associado, enquanto que outros entendem que não.

5. Provaram ser os adeptos mais burros da história do futebol. Injustos, manipuláveis, desprezíveis e não merecedores de nada. Fica o meu orgulho de ter servido o meu Clube e a vergonha de ter liderado um bando de idiotas (nem todos, existem 10 que se aproveitam).

— Bruno de Carvalho (@BrunodC72) November 11, 2021