Dias Ferreira, antigo presidente da Mesa da Assembleia Geral dos leões (MAG), diz que até poderia revelar um plano "possível" para 'salvar' os leões da venda da maioria capital social da SAD e evitar o caminho que este acredita que estará a ser trilhado. Mas Dias Ferreira realça que não o revela pois "iria dizer muita coisa a quem não merece que seja dito".
"Sem dizer, dizendo exatamente o contrário, é para esse lado que se caminha. Achava que era possível ainda não perder a maioria, e há hipóteses de não perder a maioria, mas não vou aqui dizer porque isso era estar a dizer muita coisa a quem não merece que seja dito. O Sporting merece mas essas pessoas não merecem. Eu acho que aquilo que se está a fazer é destruir alguma coisa para ser vendido ao desbarato, como são vendidos alguns jogadores."
Dias Ferreira realçou ainda que o estado a que o clube chegou é merecedor de uma reflexão profunda para que se tente encontrar um caminho para o futuro do emblema de Alvalade.
Na conversa em estúdio na A Bola TV, Dias Ferreira lembrou que nem sempre os números alcançados em votações significam união, lembrando as últimas pertentagens obtidas por Bruno de Carvalho antes de ser destituído.
"Mal ou bem, e pegando na frieza dos números, Bruno de Carvalho chegou aos 90 por cento. O José Eduardo Bettencourt também chegou mas eu até lhe dizia o porquê mas isso dava para dois programas. Voltando a Bruno de Carvalho, teve 90 por cento, depois desviou-se e o Sporting votou contra Bruno de Carvalho com setenta e tal por cento", disse, enquanto explicava que Bruno de Carvalho não saiu por causa do processo de Alcochete mas, sim, pelos estatutos.
"Mas agora alguém também está a rasgar os estatutos. Até nesta coisa das portas [dar nomes de glórias do clube às portas de Alvalade] estão a violar os estatutos. Até nas coisas em que podiam unir os sportinguistas", referiu.
Em declarações na A Bola TV, Dias Ferreira aproveitou para responder às recentes críticas/lamentos que Rúben Amorim fez sobre os que já desistiram da equipa.
"Eu não desisti da equipa do Sporting. Sou fortemente crítico, tenho razões para ser crítico, mas outra coisa é desistir da equipa. Tenho é noção de que o Sporting não tem equipa", referiu Dias Ferreira, em resposta a Rúben Amorim que, na semana passada, disse que "muita gente já desistiu da equipa do Sporting".
O ex-dirigente verde e branco admite que "isso não é culpa do Rúben Amorim" mas considera que "não foram criadas condições, antes pelo contrário, para que o Sporting, à terceira época deste Conselho Diretivo, pudesse estar a discutir o título".
Na A Bola TV, Dias Ferreira salientou também o discurso deveria ter sido no sentido da "união" e de explicar aos sportinguistas que a equipa de futebol profissional não iria lutar pelo título.
"Mas as pessoas, enfim, atuam com uma certa arrogância", lamentou Dias Ferreira, dizendo que no Sporting "nunca se dizem quem são os 'homicidas'".
"Os 'homicidas' têm nome", referiu, em sentido figurado, admitindo que "o Sporting está dividido e um dos grandes responsáveis é o Conselho Diretivo", liderado atualmente por Frederico Varandas.
Dias Ferreira encontra ainda uma razão para que o Sporting nas modalidades vá tendo sucesso por contraste com o futebol profissional, admitindo que nas modalidades "tem gente à frente que percebe, que tem vários anos e com jeito para aquilo".
Diferente cenário ocorre na liderança da equipa de futebol profissional, segundo Dias Ferreira, onde o Sporting tem "pessoas que nunca foram dirigentes de coisa nenhuma". "Formam um Conselho Diretivo só com gente sem experiência", referiu.