Portugal
Liga e médicos de futebol reconhecem "meritório trabalho" da Unilabs
2021-01-27 22:45:00
Questão dos falsos positivos, que motivou críticas do Sporting ao laboratório, analisada na reunião de hoje

A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e a Associação Nacional de Médicos do Futebol (AMEF) reuniram-se hoje para esclarecer as regras sobre a covid-19, face ao agravar da pandemia, mantendo a confiança nos procedimentos em vigor.

"A Liga Portugal e a AMEF, em representação dos departamentos médicos do futebol profissional, reunidos esta quarta-feira por videoconferência, atestam que se mantém inalterada a confiança nos procedimentos que foram implementados no setor e que têm sido o garante que os campeonatos profissionais se mantenham em atividade", lê-se no comunicado divulgado pela entidade liderada por Pedro Proença.

No encontro, que contou com a presença de Filipe Froes, pneumologista e consultor da Liga, e representantes dos departamentos médicos, "ficou claro que todas as sociedades desportivas do futebol profissional estão a disputar o mesmo campeonato na luta contra a covid-19", sublinhou a Liga de clubes.

"Este é, no fundo, o interesse comum e é por isso que as sociedades desportivas trabalham, em conjunto, desde o início desta pandemia", realçou, revelando que foram suscitadas várias questões tendentes à clarificação de procedimentos e que se encontram atualmente a ser analisadas pela Direção-Geral da Saúde e Autoridade Nacional de Saúde.

A LPFP indicou que, no encontro, foi reforçado que os testes de PCR positivos são sempre considerados positivos, independentemente da presença de sintomas ou da realização de outros testes nas 48 horas anteriores ou posteriores.

Já o conceito de falso positivo apenas poderá ser equacionado pela Autoridade de Saúde Territorial (AST) e se o laboratório responsável pela sua realização assumir por escrito e em declaração enviada à AST o diagnóstico de "falso positivo".

A questão dos falsos positivos motivou críticas duras do Sporting contra a rede de laboratórios Unilabs, depois de Sporar e Nuno Mendes terem falhado o jogo com o FC Porto, para a Taça da Liga, devido a um falso positivo. O clube de Alvalade anunciou que ia apresentar uma queixa contra o diretor clínico da Unilabs na Ordem dos Médicos.

"Da reunião resultou ainda a expressa manifestação da Liga Portugal e da AMEF, em representação dos departamentos médicos do Futebol Profissional, do reconhecimento no meritório trabalho que todos os laboratórios portugueses, sobretudo a Unilabs, parceiro da Liga desde a primeira hora da retoma e que acompanha, ao dia de hoje e por opção das mesmas, 26 sociedades desportivas", destacou, numa referência direta à Unilabs, criticada recentemente pelo presidente do Sporting.

No comunicado, a Liga reforçou: "Esta questão é ainda de maior importância no contexto que o país atualmente atravessa no combate à pandemia e onde a relevância da atividade dos laboratórios é mais determinante que nunca para toda a população."

Durante os jogos entre equipas não é considerada a existência de contactos de alto risco em virtude da monitorização clínica, testagem nas 48 horas prévias (carga viral mínima, mesmo se infetado).

Os procedimentos para os casos positivos e contactos de alto risco cumprem o estipulado na Norma 004, com a contagem do período de doença, isolamento ou contágio a iniciar-se à data do início dos sintomas ou data e hora da colheita do teste positivo, se assintomático.

Decorridos os períodos de doença ou isolamento, os jogadores ou membros do 'staff' poderão ser integrados na equipa com declaração da AST ou, na impossibilidade, declaração do médico do clube com cópia para a AST e para a Liga.

Todos os jogadores com teste diagnóstico positivo ficam isentos da realização de testes nas 48 horas prévias ao jogo, nos 90 dias posteriores, a contar da data do início dos sintomas ou data da colheita do teste positivo, se assintomático.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.159.155 mortos resultantes de mais de 100 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 11.305 pessoas dos 668.951 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.