Portugal
"Laboratório não pode servir de arma de arremesso contra o Sporting"
2021-01-20 17:55:00
Hélder Amaral exige apuramento de responsabilidades no caso dos falsos positivos à covid-19

Os falsos positivos nos testes da covid-19 realizados a Sporar e Nuno Mendes continuam a marcar a atualidade, com o Sporting a revelar que vai apresentar uma queixa, à Ordem dos Médicos, contra o diretor clínico dos laboratórios Unilabs.

Hélder Amaral, antigo deputado e conhecido adeptos dos leões, manifestou algumas reservas em apontar o dedo ao laboratório, mas defendeu que a Unilabs “não pode permitir, por um segundo apenas, que haja suspeitas sobre a qualidade e fiabilidade dos testes”.

“Se o fizer, tem de haver consequências”, alertou o antigo dirigente do CDS, embora considerando também que “o laboratório não pode servir de arma de arremesso contra o Sporting”.

“A Unilabs não presta apenas serviços ao futebol, realiza testes a milhares de portugueses. Quero ser responsável e não quero colocar em causa a qualidade dos testes realizados pela Unilabs a milhares de portugueses”, argumentou Hélder Amaral, em declarações ao jornal Leonino.

No entender do ex-deputado, há que apurar o que efetivamente se passou e impediu os dois jogadores de alinharem na meia-final da Taça da Liga, com o FC Porto. Mais do que o Sporting, está em causa o futebol português, numa altura em que o país se encontra em confinamento e volta a pairar o cenário da suspensão de todas as competições.

Esse interesse no apuramento das responsabilidades devia ser uma prioridade da Liga (LPFP), que também sai prejudicada de qualquer “suspeita” que recaia sobre os laboratórios que fazem os testes para os clubes profissionais.

“Quando a LPFP escolhe um parceiro, tem de escolher um parceiro acima de qualquer suspeita. O futebol não pode ser uma economia de primeira linha que depois é gerida por pessoas de segunda linha com empresas de terceira linha”, comentou.

“Se a LPFP quer manter o futebol em atividade, e só vejo vantagens em que assim seja, até porque, sem futebol, tudo ficaria pior (clubes, trabalhadores, SAD), tem de fazer as coisas com o maior rigor”, concluiu o conhecido sócio leonino.

Já esta tarde, a diretora-executiva e coordenadora da LPFP, Sónia Carneiro, realçou que “não há nenhuma atividade que consiga conter os surtos como no futebol”, numa reação à eventual suspensão dos campeonatos profissionais.

Durante a manhã, a Direção-Geral da Saúde confirmou não ter recebido “resposta em tempo útil” sobre os falsos positivos por parte da Unilabs.

Importam-se de responder?”, provocou o diretor de comunicação do Sporting, Miguel Braga, em mais um ataque leonino à Unilabs.