O Benfica contratou Roger Schmidt para assumir o comando técnico dos encarnados, rompendo assim com uma tradição que durava há várias temporadas de a equipa ser orientada por treinadores portugueses. Álvaro Magalhães, antigo treinador-adjunto de José Antonio Camacho e Giovanni Trapattoni elogia a aposta de Rui Costa e considera que o facto de o treinador ser estrangeiro poderá oferecer uma nova visão quer ao Benfica quer ao futebol português.

O antigo jogador das águias destaca que estava na Luz quando o Benfica contratou o sueco Sven Göran Eriksson e diz maravilhas desses tempos, fazendo notar que o treinador nórdico "revolucionou" o futebol em Portugal com as suas ideias e capacidade de trabalho nos relvados portugueses.

"Eu digo que o [Sven Göran] Eriksson revolucionou o futebol português, não venham lá com outras coisas. Ele já estava muito avançado", afirmou Álvaro Magalhães, confiando que agora com Roger Schmidt o futebol luso e o Benfica podem acabar por beneficiar.

Por outro lado, o antigo jogador encarnado, lembrou que ideias novas acabam por ser bem-vindas ao desporto português que tem sido muito pautado por ritmos de "PlayStation".

"Eu gosto do futebol português, gosto dos jogadores, há muitos bons treinadores, mas nós jogamos de uma forma que não faz com que as pessoas gostem. É um futebol muito de PlayStation no fundo, algumas vezes é de PlayStation", avaliou Álvaro Magalhães.

Em declarações no canal de televisão A Bola TV, Álvaro Magalhães lembrou ainda que, desde que se lembra, "o Benfica foi sempre uma equipa muito pressionante". Por isso, espera que Roger Schmidt consiga colocar as águias a pressionarem sistematicamente os adversários.

"Eram os tais 25 minutos à Benfica em que não deixávamos o adversário respirar. Não vejo uma equipa atualmente, mesmo o Benfica que é o clube que eu gosto", lamentou Álvaro Magalhães, realçando que acaba por ver esse estilo no FC Porto.

"O Sérgio Conceição e muito bem já faz", sustentou Álvaro Magalhães que aguarda com entusiasmo a chegada do novo treinador para o Benfica.

A este respeito, e uma vez que Roger Schmidt trará alguns adjuntos, Álvaro Magalhães, que foi adjunto de dois treinadores estrangeiros na Luz, lembra que o adjunto da casa que o Benfica escolher para fazer parte da equipa técnica deverá defender os interesses do Benfica com lealdade a clube e ao treinador alemão.

"Muitas vezes quando o José Antonio Camacho queria falar chavama o Pepe Carcelén [primeiro adjunto do espanhol]. Eu estava sentadinho. O próprio Pepe Carcelén dizia para eu não levar a mal que ele estava a observar-me. E eu dizia-lhe que sabia. Depois de ele me conhecer foi uma pessoa que adorou. Sabia que eu estava ali para o ajudar e defender os interesses do Benfica. Foi fantástico", considerou.

Álvaro Magalhães aconselhou ainda o novo adjunto da casa para Roger Schmidt a ser "verdadeiro" no desempenho das tarefas. "Temos que ser verdadeiros, não podemos enganar", concluiu.