Prolongamento
Contrato de venda de Trincão divulgado em Itália, Rui Pinto reage nas redes
2020-10-01 13:15:00
Calciomercato divulga acordo entre SC Braga e Gestifute, Rui Pinto fala em negócio comum com "certos clubes portugueses"

O Calciomercato publicou nesta quinta-feira o contrato assinado entre o SC Braga e a Gestifute, tendo em vista a transferência de Trincão para o Barcelona, que envolveu o pagamento de 31 milhões de euros aos minhotos, num dos grandes negócios da direção de António Salvador.

De acordo com o contrato a que o jornal transalpino teve acesso, a Gestifute terá cobrado uma comissão total de sete milhões de euros, o que representa cerca de 23 por cento do valor total da transferência.

“Obviamente, estávamos certos. No Calciomercato fomos os primeiros a dar conta da estranheza da fórmula com que se deu a transferência dos direitos económicos de Francisco Trincão do SC Braga para o Barcelona (…)​​. Achamos bizarro o mecanismo de bónus em benefício do agente (no caso, a Gestifute de Jorge Mendes)”, enquadra o jornal, que divulga os contratos assinados entre as partes.

Aquele periódico transalpino obteve o documento assinado pelo SC Braga e pela Gestifute, com todos os pormenores que dizem respeito à comissão cobrada pela empresa de agenciamento de Jorge Mendes.

O sistema de cálculo dessa comissão não é simples e depende do valor total que o clube pague pelo passe do atleta. O Calciomercato – que garante ter contactado o SC Braga, para esclarecer o negócio, mas não terá obtido resposta – considera “bizarro” o sistema de benefícios pagos ao agente.

E não entende até a assinatura do contrato, na parte reservada à Gestifute. “Nunca vi tal rabisco como assinatura num documento com valor legal”, aponta o jornalista.

Quem não passou ao lado desta história foi Rui Pinto, que tem levantado o véu sobre diversos negócios no futebol, no âmbito do Football Leaks.  

Referindo-se ao contrato entre Gestifute e SC Braga, e apontando o dedo à empresa de Jorge Mendes, Rui Pinto escreve que se trata de uma prática “habitual”, em “certos clubes portugueses”.

“Esta é a prática habitual utilizada pela Gestifute, ao longo dos últimos anos, nos contratos assinados com certos clubes portugueses”, escreve, sem especificar quais. “ Bastante esclarecedor...”, acrescenta ainda Rui Pinto, que partilha a reportagem.

De acordo com o Calciomercato, “o contrato entre SC Braga e Gestifute é escalonado” e “atribui à agência uma percentagem fixa e, a partir daí, uma série de prémios sucessivos”, dependendo do valor da transferência.

Na prática, e segundo aquele periódico, os minhotos pagariam à Gestifute 10 por cento se o atleta fosse vendido por 15 milhões (1,5 milhões de comissão). No entanto, à medida que o valor da venda sobe, há ‘prémios sobre prémios’, sendo que neste negócio a percentagem de comissão mais do que duplica.

Num acordo rubricado a 29 de janeiro de 2020, fixa-se a comissão total cobrada por Jorge Mendes, que atinge os sete milhões. O Calciomercato documenta toda a argumentação da sua reportagem com cópias dos contratos.

Rui Pinto partilhou a reportagem e assegurou que o caso não é único.