Grande Futebol
"Cheguei ao limite. Buzinão? A culpa não é minha", diz Jesus bastante exaltado
2021-02-24 14:20:00
Jesus responde aos críticas e desabafa na sala de imprensa

Depois do empate a um golo em Roma, onde jogou como equipa visitada, o Benfica volta a ter pela frente o Arsenal, isto numa altura em que é grande a instabilidade no clube da Luz face aos maus resultados. As críticas têm sido várias mas Jorge Jesus descarta responsabilidades pela situação.

"Nós, Benfica, durante estas semanas temos sido alvo de críticas injustas. Como treinador do Benfica serei sempre o responsável pelos bons e maus resultados quando tiver alguma responsabilidade sobre isso. Não tenho que ver com esta crise do Benfica porque eu não treinava os jogadores do Benfica. Em janeiro, o Benfica era segundo e teve 12 jogadores fora e desses seis, sete jogavam", começou por dizer Jesus, antes de levantar o tom de voz.

"Esta crise do Benfica não tem nada que ver comigo porque eu não treinava os meus jogadores. Disseram que eles não corriam e não suavam a camisola? Como? Eles vieram de uma doença que ninguém consegue controlar. Durante dois meses andámos nisto. Depois do jogo no Porto tivemos 10 jogadores e mais gente do staff infetada. Tivemos uma equipa técnica sem dar treino durante vários dias", acrescentou o treinador encarnado, negando a ideia de que a mensagem não esteja a passar.

"Mas a mensagem não passa? Mas qual mensagem? Nós nem podíamos estar juntos para falar. Os jogadores do Benfica precisam de carinho. O presidente, o treinador e a estrutura não conseguem controlar um surto que aqui esteve durante dois meses e meio", disse, reconhecendo que Luís Filipe Vieira também não tem culpa face à atual situação.

"O presidente do Benfica não treina", salientou ainda o treinador encarnado, destacando que os jogadores "são controlados" em relação ao que dão em campo e nos treinos, por isso não concorda que digam que o Benfica não corre.

"Cheguei ao limite. Li que vou sair pelo meu pé? Isto não tem nada que ver comigo. Vim para o Benfica porque acreditei no projeto do presidente. Estamos numa questão que nem parece mundial", insistiu.

"Eu assumo a minha responsabilidade como treinador, se o Benfica tivesse neste posicionamento e que eu os pudesse treinar...", reiterou, recusando sair do clube.

"Não vou sair pelo meu pé nem por nenhum. Nem o presidente, nem a estrutura, nem os jogadores", salientou, culpando a pandemia de covid-19, e insistindo que Vieira, ele próprio e Rui Costa já deram provas de profissionalismo.

"Uma coisa é ter covid-19 e estar em casa no teletrabalho, outra é ter de correr. Isso é diferente", declarou, confirmando que "não" é feliz porque queria ser campeão.

Na sala de imprensa, com o tom de voz elevado, lamentou ainda que se estejam a promover ações de contestação. "Devia era haver um buzinão para darem carinho, a mim e ao presidente. Não sabem o que sofremos aqui durante dois meses e meio".

O Benfica, como visitante, avança nesta quinta-feira para o duelo com o Arsenal, que tudo definirá na ronda dos 16 avos da Liga Europa, na Grécia. O embate contra os londrinos arranca às 17h55, no Estádio Giorgios Karaiskakis, em Atenas.

Veja as declarações do técnico