As convocatórias da Seleção Nacional têm dado que falar e, recentemente, João Mário pediu para não figurar no lote de eleitos dos selecionadores nacionais. O pedido seguiu-se poucos meses depois de Rafa Silva ter feito idêntico pedido e numa altura em que, por exemplo, desde Alvalade aparecem críticas para as opções para a turma das quinas, dizendo-se mesmo que a não convocação de Pedro Gonçalves é "uma história mal contada".
Além disso, desde Alvalade, há até quem diga que "os jogadores do Sporting têm de mudar de camisola ou empresário para ir à Seleção", e passar a figurar entre as opções dos técnicos nacionais. E a propósito das chamadas à Seleção, neste caso da não chamada de João Mário a pedido do próprio, Augusto Inácio fez uma leitura daquilo que o médio disse, em recente entrevista.
"Às vezes os jogadores não dizem tudo e este é um dos casos. Ele não disse tudo. Mas disse quase tudo", afirmou Augusto Inácio, em declarações no canal A Bola TV, prosseguindo a sua linha de pensamento.
"E quando eu digo quase tudo, claramente que fica marcado que ele não quer ir a Seleção porque se sentiu desrespeitado, desvalorizado porque só jogou um minuto no Estádio de Alvalade, ainda por cima com o Lichtenstein. Esse é o ponto fundamental", analisou o treinador.
Por conseguinte, Augusto Inácio entende que o jogador "João Mário é livre de tomar a sua posição" e caberá aos portugueses entender esta ideia.
"E nós temos que respeitar isso mas ele disse também que havia muita concorrência. Mandou a toalha ao tapete", sustentou ainda Augusto Inácio, certo de que João Mário deixou coisas ainda por dizer na entrevista que deu e na qual falou do processo de saída da Seleção Nacional.
"Continuo a dizer que ele não foi ao fundo da questão", salientou Augusto Inácio sobre a entrevista de João Mário ao jornal A Bola onde falou da saída da turma das quinas.
"Queria dedicar-me cada vez mais ao meu clube, onde me sinto cada vez mais valorizado. Depois houve situações menos positivas este ano a nível de Seleção, especialmente no último estágio, no qual chegava ao meu ponto máximo de carreira, de concretização, pois era o melhor marcador do nosso campeonato, com uma confiança no máximo em mim", justificou João Mário.
O jogador lembrou também que "Portugal tem uma Seleção tão forte que obviamente todos os treinadores podem ter cada opção". "E olhando à minha concorrência na Seleção era mesmo muito forte, e nessa altura acho que tens de ser sincero contigo mesmo. Quando estás no teu ponto máximo de carreira, vais à Seleção de Portugal, que joga com o Liechtenstein, e tu jogas um minuto…"
O camisola 20 do Benfica explicou ainda que sentiu que não deveria continuar na Seleção. "Se tu, no teu ponto máximo da carreira, não dá para mais… tens de ser humilde e reconhecer."