Luís Filipe Vieira assegurou na comissão parlamentar de inquérito aos devedores do Novo Banco que a sua ligação na banca nada teve que ver com a sua chegada ao Benfica. "A minha vida não foi criada pelo Banco Espírito Santo (BES) nem com a ida para o Benfica", disse Vieira, acrescentando que nessa altura já era um "empresário de renome no ramo dos pneus e do imobiliário".

"Quando fui para o Benfica já tinha uma vida empresarial consolidada", acrescentou Vieira numa declaração inicial aos deputados, ele que chegou ao Parlamento sem que tivesse sido captado pela imprensa. E foi aí que insistiu que quando chegou ao clube da Luz já era "reconhecido e prestigiado" pela banca portuguesa.

Vieira apresentou-se aos deputados como tendo "71 anos" e sendo "casado, pai de dois filhos e avô de cinco netos" e explicou a sua origem "humilde". "Comecei a trabalhar com 14 anos como paquete, serviço externo, e com muito trabalho consegui iniciar uma atividade por conta própria anos mais tarde", disse na Assembleia da República, afirmando que cresceu como empresário "ao longo de mais de 42 anos", primeiro "na área dos pneus e mais tarde no imobiliário".

"Digo-vos isso para que seja esclarecido que quem se apresenta perante vós é uma pessoa com uma história de vida pessoal, familiar e empresarial", referiu, dizendo que "não pediu perdão de dívidas".

"Cumpri com tudo que foi pedido", acrescentou Luís Filipe Vieira aos deputados. "Repito que não houve perdão de divida", acrescentou, lembrando que a outros isso foi concedido. "Ninguém mais do que eu procurou saldar as dívidas que foram contraídas, não só procurei como saldei", disse o responsável pela Promovalor.

Aos deputados, Vieira salientou ainda que tem "sido vitima de mentiras neste processo" dado que "no campo de certas elites há quem não perdoe" o facto dele ter "vindo do povo e ter vencido na vida pessoal, empresarial e no Benfica".